Depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o campo de golfe
recebeu o Aberto do Brasil em setembro, o Aberto estadual de amadores e, no
início de outubro, abriu as portas ao público. A Confederação Brasileira de Golfe
(CBG) lucrou neste mês em torno de R$ 130 mil reais com a frequência média de
120 jogadores por semana. Uma volta completa nos 18 buracos custa R$ 250 reais.
No fim de semana, o valor sobe para R$ 280 reais. Fora do país, o presidente da
CBG, Paulo Pacheco, revelou que o custo de manutenção só do campo é mais que o
dobro dessa receita (assista ao vídeo).
+ Comitê Rio 2016 deve R$ 22 milhões em contas de luz
O campo olímpico de golfe ainda pertence ao Comitê Rio
2016 e será entregue à CBG na próxima segunda-feira, dia 31. O pagamento da
conta de luz está atrasado e, se a eletricidade for cortada, as bombas de
irrigação deixarão de funcionar. Segundo o britânico Neil Clevbrly, agrônomo do
campo olímpico, em uma semana a grama ficaria prejudicada.
- Temos três anos para chegar até aqui e agora só
precisa de quatro semanas para entrar num estado catastrófico. É disso que
estamos falando.
A assessoria do Comitê afirmou que deve quitar na
semana que vem, com a Light, concessionária de energia do estado, a dívida de
todas as arenas, e garantiu que o campo de golfe é um legado e "será entregue
em perfeito estado”.
- Se a receita da Rio 2016 não chegar a tempo, nós
pagaremos e seremos ressarcidos - disse o presidente da CBG.
Enquanto a burocracia tenta ser resolvia, quem está no
dia a dia do campo lamenta a situação. Neil Clevbrly é um agrônomo conceituado
no cenário internacional, trabalha com golfe há 26 anos, passou por 11 países e
está no Rio desde 2013. Com ele trabalham 30 funcionários que respondem à Progolf,
empresa terceirizada contratada pelo Comitê Rio 2016. Ele e as 30 pessoas
receberam aviso prévio nesta última semana.
- Recebemos a instrução de trabalhar com um programa
mínimo de manutenção, e o mínimo para algumas pessoas deveria ser zero. O
mínimo para mim seria algo para manter isso aqui vivo. É o que mais importa.
Manter isso vivo.
Paulo Pacheco, presidente da CBG, não soube informar se
houve a demissão de todos os funcionários por parte do Comitê, mas garantiu não
ter risco da saída de todos os funcionários.
- Eu não acredito que tenha sido uma demissão de 30
funcionários, acredito que pode ter chegado a 18 funcionários, a 15
funcionários. Mas eu vou também checar isso para ver, mas não tem nenhum risco,
absolutamente nenhum. Porque se eles demitirem, nós readmitiremos. Não tem problema
nenhum. Funcionário quer trabalhar e nós precisamos dos funcionários.
A partir de novembro, a área social será reformada. O
projeto prevê a construção de um restaurante, uma loja e uma academia de ensino
do golfe. A CBG planejava fechar o acesso ao campo olímpico por dois meses, mas
voltou atrás.
- Nós queríamos fazer a obra muito rápido. Dada a
demanda de jogadores e de empresas de turismo, a a obra vai demorar um pouco
mais de tempo, mas nós não vamos fechar o campo.
O campo olímpico de golfe, construído para os Jogos
Olímpicos em agosto, fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.