A polêmica manobra de Max Verstappen para se defender do ataque de Lewis Hamilton no GP do Japão (vídeo acima), há duas semanas, fez a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tomar medidas para evitar lances semelhantes. Após acalorada discussão no briefing dos pilotos na última sexta-feira, com muitos deles reclamando do holandês, o diretor de provas da Fórmula 1, Charlie Whiting, enviou neste sábado um comunicado para todas as equipes esclarecendo que não é permitido que os pilotos mudem de traçado durante a frenagem. Não foi preciso nenhuma alteração nas regras. Whiting usou como base uma interpretação do artigo 27.5 do regulamento desportivo. Segundo a nota, caso algum competidor lance mão deste artifício, o incidente será enviado aos comissários para avaliação, e punições poderão ser aplicadas.
Confira a mensagem de Charlie Whiting às equipes:
O artigo 27.5 do Regulamento Esportivo diz que “…nenhum carro deve ser pilotado de uma maneira que possa ser perigosa para outros pilotos…”. Em seguida, o artigo 27.8 proíbe qualquer manobra que “...impeça a passagem de outros pilotos, como uma mudança brusca e anormal de direção”. Com isso em mente, quaisquer mudanças de direção durante a frenagem, e que resulte com uma manobra evasiva do piloto que vem atrás, será considerada anormal e, por isso, potencialmente perigosa para outros pilotos. Qualquer manobra que se encaixe nestes parâmetros será comunicada aos comissários de prova.
+ Lewis Hamilton garante a pole position para o GP dos EUA
Verstappen muda de linha durante freada e Lewis Hamilton sai da pista em disputa no GP do Japão (Foto: Getty Images)
A disputa entre Max Verstappen e Lewis Hamilton aconteceu na penúltima volta do GP do Japão, vencido por Nico Rosberg. O inglês tentou mergulhar por dentro na chicane Triangle (famosa pela batida entre Ayrton Senna e Alain Prost em 1989), mas o holandês jogou o carro na frente já quando estava freando e segurou a segunda colocação. Para evitar a batida, Hamilton precisou desviar para a esquerda, perdeu o ponto de freada e passou reto.
O comportamento de Verstappen na disputa gerou críticas por parte de alguns pilotos. Já o consultor da RBR, Helmut Marko saiu em defesa de seu pupilo. A direção de prova não aplicou nenhuma penalização, e sequer abriu investigação. A Mercedes chegou a entrar com um protesto pedindo punição ao holandês, mas retirou horas depois. Na ocasião, Whiting prometeu levar o assunto para discussão na etapa seguinte, nos EUA.