Médicos e pacientes do único hospital público de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, reclamam da falta de medicamentos básicos, de alimentação, e de água nas torneiras e bebedouros. O problema tem obrigado pessoas internadas a custear com dinheiro do próprio bolso remédios e materiais para procedimentos cirúrgicos.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) explicou que em relação aos medicamentos uma licitação foi feita e o processo de aquisição está sendo finalizado. Sobre os alimentos, a instituição disse que o serviço foi normalizado nesta segunda-feira (26). O GEA informou que o problema de falta de água também está em processo de resolução.
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)
O médico Luiz Alexandre da Silva conta que pacientes chegaram a gastar R$ 720 na compra de medicamentos básicos para uma cirurgia. Ele reforça que sem o material não seria possível a realização do atendimento.
"Faltam antibióticos, não tem Plasil, não tem Buscopan. Antibióticos em geral estão em falta. Alguns pacientes cirúrgicos e outros também estão comprando medicamentos. Alguns reclamando que chegaram a gastar R$ 720 para um paciente que precisava de cirurgia. Foram três em seguida no mesmo dia que a gente operou, todos tiveram que comprar medicamentos", lembrou Silva.
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)
O médico João Barbosa reforça que pacientes de comunidades distantes tiveram que retornar para casa devido à falta de água e de alimentação. O profissional ressaltou que não têm como manter uma pessoa sem auxílio da família na unidade hospitalar.
"Há mais de um mês que estamos aqui e falta comida para os pacientes e funcionários de plantão. Nós estamos pedindo aos pacientes que ficam internados para que tragam de casa comida para se alimentarem. Muitas vezes evitamos algumas internações, de certa forma necessárias, para evitar transtornos. Porque se a pessoa não tem moradia aqui na cidade, ela não tem como se alimentar", explicou.
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