• Bruno Vaiano*
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 (Foto: NASA/Voyager 2)

(Foto: NASA/Voyager 2) A foto que a Voyager 2 tirou de Urano há 30 anos. Vê as luas? Pois é, ninguém viu.

Urano é pura ostentação. O azulão, com 27 satélites e 13 anéis tão legais quanto os de Saturno, reina absoluto nos confins do Sistema Solar. Agora, uma dupla de cientistas da Universidade de Idaho deu uma olhada atenta em seus dois anéis mais próximos, chamados alpha e beta, e percebeu um padrão oscilante anormal na região. A explicação mais provável? Duas luas desconhecidas ocultas girando em meio ao gás e a poeira — afinal, o que são 29 para quem já leva 27 de carona todos os dias? A suspeita não é gratuita: o comportamento registrado pelos equipamentos é similar ao de outras duas pequenas luas do planeta, Cordélia e Ofélia. 

A maior parte das informações do gigante gelado disponíveis hoje vem da sonda Voyager 2, que passou pertinho de Urano em 1986 e viu sua superfície lisa como pele de bebê — na época, não foi encontrado nenhum satélite novo invisível em órbita cerrada. A explicação mais provável para o sumiço é que elas sejam luas negras, ou seja: que não reflitam luz solar o suficiente para serem vistas a olho nu. Segundo as previsões, elas teriam no mínimo 4 km e no máximo 14 km de diâmetro cada uma.

O achado de R. Chancia e M. Hedman ainda precisa ser confirmado por observações mais detalhadas, que já estão na agenda do telescópio espacial Hubble, mas os resultados estão disponíveis no site arXiv.org em estágio de pré-publicação. Se o observatório veterano não puder ajudar, a solução pode ser mandar uma sonda para fazer uma visita exclusiva. Já estamos ansiosos pela próxima Juno.

(Via Science Alert)

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*Com supervisão de Isabela Moreira