"Homem-gol". Foi assim que o locutor da Arena de Pernambuco identificou o atacante Rony, artilheiro do Náutico com oito gols na Série B, para a torcida, antes da partida contra o Brasil-RS, na última sexta-feira. O adjetivo foi recebido com muito clamor pelos mais de 11 mil torcedores presentes no estádio. Mas nem sempre foi assim. Em um passado não tão distante dentro da competição, Rony vinha sendo criticado. O jogador fazia gols, é fato, mas perdia muitos também. As finalizações não tinham tanto capricho e ele por vezes não rendia o esperado dentro do esquema tático. Agora, a história mudou. Aos 21 anos, o atacante vive lua de mel com a torcida desde que o treinador Givanildo Oliveira assumiu. O treinador apostou na melhora do jovem, que participou diretamente de seis dos onze gols da equipe desde a mudança de comando técnico.
Dos onze tentos do Timbu com Givanildo Oliveira, Rony anotou três, além de ter dado uma assistência, ter sofrido um pênalti e ter cruzado a bola do gol contra de Marcão, no jogo contra o Brasil-RS.
- De uma hora para a outra a gente vira um craque. Vinha muita crítica mas eu não deixei subir à cabeça. (O segredo) É levar como vinha levando. Eu estou feliz pela minha nova conquista. Agora é dar continuidade no trabalho para crescer mais ainda.
Rony já era titular com os dois últimos treinadores do Náutico, Alexandre Gallo e Gilmar Dal Pozzo. A fórmula para se manter como titular absoluto, tendo atuado em 27 das 30 rodadas é, segundo ele, na base do suor.
- É trabalho, seriedade, humildade... Trabalhar firme mesmo. Eu vou te falar que quando troca de treinador eu fico em dúvida se vou continuar, se vai me tirar, se vou ficar no banco... Mas ai, depois que entro no time titular, pego mais confiança. Cada treinador tem uma forma de jogar. Muda muito até pela características dos meias. Eles estão deixando a gente na cara do gol e isso está sendo fundamental para a gente da frente. A garra que a gente tem hoje estava faltando nos jogos que a gente vinha perdendo.
Em julho, o atacante passou por momento similar. Vinha de um jejum de gols, mas se recuperou e voltou a golear. À época, a ajuda foi de Kuki.
Natural de Magalhães Barata - que fica a duas horas de distância de Belém, no Pará -, cidade conta com pouco mais de oito mil habitantes, Rony começou no Remo, na Série D, e depois foi para o Cruzeiro, time que o emprestou para o Timbu. Hoje ele é um dos nomes de peso do Náutico, que vem firme na briga pelo acesso à Série A.
- Um amigo meu me levou para Belém para fazer testes e eu fiquei (morando) na casa dele (quando conseguiu entrar no Remo, em 2014). Foi difícil, mas eu acabei vencendo. Fui para o Cruzeiro em 2015, fiquei na base e me destaquei lá. E assim vim parar aqui. Esse ano vem dando tudo certo e estou feliz por isso.