20/09/2016 07h17 - Atualizado em 20/09/2016 07h35

Pacientes sofrem com a falta de distribuição de medicamentos no Rio

Em julho e agosto, Iede só recebeu metade do medicamentos previstos.
Faltam fitas para medição de glicose e leite especial para fenilcetonúria.

Do G1 Rio

Em maio desse ano, o Bom Dia Rio mostrou que pacientes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede) estavam sofrendo com a falta de medicamentos fornecidos pela unidade. Entre eles, um leite especial, que custa cerca de R$ 300, a lata. Até hoje, o problema continua.

O leite é um complemento alimentar de aminoácidos essencial para quem sofre de fenilcetonúria, uma doença genética degenerativa rara. Esse leite especial é oferecido em três fórmulas diferentes: A, B e C.

Famílias que precisam do tipo C estão sem receber o medicamento desde fevereiro. Já os tipos A e B chegaram somente essa semana em quantidades reduzidas. Nesta terça-feira (20), já a partir das 5h, pacientes já faziam fila na porta do Iede para tentar conseguir o medicamento.

Também está em falta medicamento para quem faz tratamento para diabetes, como a fita para a medição de glicose no sangue. A contadora Andrea Peixoto diz que tem dois meses que não consegue pegar essa fita de medição de glicose. Elas custam em torno de R$ 100 nas farmácias.

“Preciso de quatro caixas dessas tiras por mês e o hospital não está fornecendo. Também não está fornecendo lanceta, agulhas, seringas. Está muito difícil dependemos de ajuda de familiares, de grupos especiais. Todos os dias tenho de ligar para o hospital e a única resposta que ouço é que não há previsão de chegada”, lamenta a paciente.

A cabeleireira Noemy de Souza diz que o filho precisa de três vidros de um medicamento para controlar a glicose, por mês, já que tem de tomá-lo três vezes por dia. Ela diz que como só pôde comprar uma caixa, a medição da glicose do filho está sendo feita somente duas vezes por dia.

“Está sendo muito difícil controlar a glicemia dele, de forma adequada”, diz Noemy.

Nos meses de julho e agosto o governo recebeu só metade dos medicamentos, como o leite especial. E só distribuiu o tipo B porque não tinha recebido o tipo C, explica o analista de sistema Ronaldo Lopes. O filho dele, que tem 13 anos, precisa de seis latas por mês, um custo de quase R$ 2 mil, que a família não consegue bancar.

“O tipo B é para crianças mais novas. Ele tem níveis inferiores de proteínas e sais minerais. Meu filho está recebendo medicamento inadequado”, lamenta Lopes. 

A Secretaria Estadual de Saúde ainda está apurando o problema sobre a falta do leite. Quanto à falta de materiais para tratamento de diabete para a distribuição aos pacientes que fazem acompanhamento ambulatorial (uso externo), a reposição destes insumos está sendo providenciada.

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