Política Marcelo Freixo

Campanhas de Freixo e Crivella vão à Justiça contra boatos na internet

Candidatos do PSOL e do PRB rebatem falsas notícias em seus sites

Marcelo Freixo gravar programa eleitoral para o segundo turno
Foto: Marcelo Carnaval/ Agência O Globo
Marcelo Freixo gravar programa eleitoral para o segundo turno Foto: Marcelo Carnaval/ Agência O Globo

RIO E BRASÍLIA — Enquanto Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) evitam a troca de acusações neste segundo turno, na internet já foi dada a largada a uma guerra suja de boatos que envolvem as candidaturas. As duas campanhas decidiram reagir às falsas acusações e devem acionar tanto a Justiça Eleitoral, quanto a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

Apoiadores de Freixo criaram um site para rebater as falsas notícias. A reação a boatos na internet foi tomada também por Crivella, que já entrou com diversas representações na Justiça Eleitoral contra mentiras espalhadas nas redes sociais.

Um dos boatos que a campanha de Freixo pretende rebater é um que atribui ao candidato do PSOL a frase: “quando for assaltado, aceite, pois o bandido é uma vítima da sociedade”. A frase nunca foi dita por ele. Outra informação falsa que será rebatida é a que expõe uma lista de secretários de uma eventual prefeitura de Freixo, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff como secretária de “finanças”.

No caso de Crivella, o candidato criou uma seção em seu site com uma lista de 10 pontos sobre “Mentiras e verdades”. A página esclarece acusações de que o candidato teria afirmado que “os negros só gostam de cachaça, prostíbulo e macumba”. Segundo a campanha, a frase foi descontextualizada e a campanha de Crivella publicou o vídeo em que o candidato conta ter ouvido a frase de uma muçulmana quando trabalhava como pastor na África. O candidato afirma que “condena com veemência qualquer preconceito, intolerância ou discriminação racial, social e de gênero”.

VERSÕES CONTROVERSAS

Ainda em sua página, Crivella também rebate boatos de que, caso seja eleito, poderá acabar com os camelôs e passará a cobrar ingressos de entrada no Parque Madureira, na Zona Norte do Rio.

Além de desmentir boatos, o candidato do PRB também está divulgando no site versões controversas para alguns fatos. Nega, por exemplo, que tenha contratado uma gráfica fantasma em sua campanha. No mês passado, O GLOBO mostrou que o candidato contratou a American Sign para produzir panfletos de sua candidatura. A empresa, no entanto, não tem sede, nem funcionários. Crivella, porém, afirma que a empresa tem CNPJ ativo e teve de terceirizar o serviço.

Ao comentar o boato “Edir Macedo vai comandar a cidade?”, o candidato acabou passando uma informação equivocada para valorizar seu perfil.

Ele afirmou que foi “apontado pela ONG Transparência Brasil como o terceiro senador mais prolífico na proposição de matérias com impacto’’. Coordenadora de pesquisa da ONG, Juliana Sakai disse que a entidade nunca fez nenhum tipo de ranking:

— O que fazemos é listar as proposições inúteis de cada parlamentar. Em algum momento, ele pode ter ficado entre os que menos fizeram esse tipo de proposição. Mas não fazemos ranking, até para evitar exatamente um mau uso pelos políticos.

O próprio site da Transparência Brasil faz a ressalva: ‘‘O fato de matérias não serem consideradas irrelevantes não deve ser interpretado como um julgamento de que sejam meritórias’’.

Além de uma imagem que tem circulado listando um possível secretariado de um governo Freixo, incluindo até a ex-presidente Dilma, o candidato do PSOL também rechaça um áudio em que sua voz é falsificada fazendo críticas a taxistas. Durante a campanha, Freixo tem dito que pretende coibir o que considera a exploração ilegal de taxistas por parte de donos de frotas de táxis que cobram diárias de até R$ 200 dos motoristas.

Freixo foi veemente em dizer que sua campanha não fez nem fará qualquer tipo de boato para espalhar nas redes.

Já a campanha de Crivella disse desaconselhar qualquer militante a produzir peças de teor calunioso.

— Vai ser uma campanha suja, de baixo nível, e não vamos responder assim. O nome disso é crime. É calúnia. É o desespero de quem vai perder a eleição. Não contribui para a democracia, é feio — disse Freixo.

Marcelo Crivella passou a terça-feira gravando programa eleitoral.

MARCELO FREIXO

BOATO: Freixo terá em seu secretariado de governo nomes como os petistas Dilma Rouseff e Lindbergh Farias e o deputado federal Jea Willys (PSOL).

O QUE DIZ O CANDIDATO: Que seus secretários serão especialistas nas áreas, recrutados nas universidades e em outros setores. Diz que não fez nenhum acordo partidário que envolva cargos.

BOATO: Que Freixo disse: “se você for assaltado, aceite, pois o ladrão é vítima da sociedade”

O QUE DIZ O CANDIDATO: O candidato do PSOL nunca disse a frase. Para ele, a defesa por direitos humanos não significa ser condescendente com quem comete crimes, mas sim ser contra abusos. “O poder público tem de agir de acordo com a lei”

MARCELO CRIVELLA

BOATO: Que Crivella afirmou que “os negros só gostam de cachaça, prostíbulo e macumba".

O QUE DIZ O CANDIDATO: Num vídeo que circula pela internet, Crivella conta que ouviu esta frase de uma pessoa durante o tempo em que viveu na África. Uma edição do vídeo tira a frase do contexto e faz parecer que o senador defende a ideia. “Condeno com veemência qualquer preconceito, intolerância ou discriminação racial, social e de gênero”.

BOATO: Que Crivella vai cobrar ingresso no Parque Madureira.

O QUE DIZ O CANDIDATO: “Seria um absurdo e jamais faríamos isso". Crivella promete melhorar as estruturas do parque, símbolo da gestão de Eduardo Paes.

Viu alguma irregularidade na campanha? Fotografou? Fez um vídeo? Mande para o WhatsApp Eleições 2016 do GLOBO: (21) 99999-9114