CARACAS - O massacre de 12 civis cometido por militares em uma operação contra o crime, no mês passado, foi responsável por um inédito acordo entre o governo chavista e a oposição na Assembleia Nacional. Ambos os lados acordaram condenar o episódio. Um procurador público da Venezuela informou no domingo que irá indiciar 11 membros do Exército pelas mortes no estado costeiro de Miranda.
Depois de um debate no Congresso, o bloco chavista e o da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) chegaram a um consenso para "condenar a desaparição forçada e o assassinato de vários cidadãos em Barlovento por parte de efetivos militares".
Os 12 corpos de agricultores foram encontrados entre sexta-feira e sábado em uma área montanhosa, numa vala comum.
"O procurador do Estado irá atribuir diversos crimes às autoridades presas, incluindo a violação de direitos fundamentais", disse o comunicado, acrescentando que entre os 11 membros está um tenente coronel.
O presidente Nicolás Maduro iniciou no ano passado uma campanha de segurança conhecida como "Operação de Libertação do Povo", ou "OLP", para combater o crime e gangues na Venezuela, que possui uma das maiores taxas de assassinatos no mundo.
Grupos de direitos humanos e moradores dizem que autoridades mataram pessoas inocentes, prenderam milhares e destruíram propriedades privadas sem autorizações judiciais.