Na primeira disputa de cinturão recebida pela cidade
de Nova York (EUA), Joanna Jedrzejczyk alcançou a sua quarta defesa de
título no Ultimate e bateu Karolina Kowalkiewicz por decisão unânime
(triplo 49-46) no duelo de polonesas pelo topo da divisão dos palhas
(até 52kg). A campeã foi claramente superior em quatro dos cinco rounds,
mas passou por momento difícil no quarto assalto, quando recebeu golpes
duros da desafiante e admitiu o momento difícil no combate logo após
ter sua vitória anunciada.
- Foi duro, senti bastante o golpe, você nunca
espera o knockdown, é em uma fração de segundo. Consegui voltar, não sai
da luta de jeito nenhum, mas ela foi uma desafiante muito boa para mim.
Estou feliz de ter uma outra lutadora polonesa dura assim. Eu continuo campeã porque sou humilde, trabalho
todo dia, não desrespeitei a Karolina, sabia que seria uma luta
difícil. UFC, obrigado por me trazer a Nova York. Obrigado, Madison Square
Garden - afirmou Joanna, ainda no octógono.
Com
o resultado, Jedrzejczyk manteve a sua invencibilidade, que agora está
em 13 lutas, e acabou com a da rival, que tinha cartel perfeito após 10
confrontos na carreira.
A luta
Karolina
foi à caça nos segundos iniciais, mas sentiu rapidamente a velocidade e
técnica que a campeã coloca em seus golpes. Chutes baixos e combinações
de socos duros começaram a entrar à exaustão. A tensão no ginásio era
medida pelo silêncio, que só era quebrado por alguns irlandeses cantando
no aguardo da luta principal. Uma sequência de cruzados balançou a
desafiante, que seguiu caminhando para a frente, encurtou a distância e
pressionou contra a grade, deixando uma cotovelada no rosto de Joanna na
saída do clinche. As duas voltaram a ficar agarradas no fim do round e
trocaram joelhadas no corpo.
Na trocação franca é difícil
conter o ímpeto de Jedrzejczyk. As rápidas combinações de socos
terminadas em chutes baixos ou na linha de cintura repeliam a
desafiante. Karolina tentou agarrar a perna em um desses chutes para
aplicar a queda, mas não teve êxito. Os jabs certeiros entravam em seu
rosto, e a campeã seguia bailando pelo octógono, com movimentação
incessante e alto volume de golpes. Kowalkiewicz encontrou o tempo de
queda faltando cerca de dois minutos para acabar o assalto, mas não
concluiu o movimento, parando na defesa da campeã. A desafiante marcou o
tempo de um chute e quase aplicou a queda, mas Joanna se desvencilhou
uma vez mais. Ainda houve tempo para um chute alto e um soco rodado no
rosto de Karolina,
Karolina encurtou a distância logo que
começou o terceiro round. Após pouca efetividade no clinche, conectou um
bom chute no tronco da campeã. Quando encurtou outra vez, foi punida
com joelhada na cabeça aplicada por Joanna, fazendo o clinche do muay
thai. A desafiante resistia bem aos golpes recebidos e teve bom momento
ao combinar jab e direto na curta distância. Ao ir para a grade, porém,
recebeu dois cruzados limpos na cabeça. No fim do assalto, Joanna ainda
conectou uma bomba de direita.
O panorama parecia que seria
o mesmo, com Karolina indo para a frente de forma infrutífera, enquanto
Joanna controlava a luta. Porém, a desafiante mostrou que estava viva e
balançou a rival com dois diretos de direita. Ela sentiu o bom momento,
foi para cima, mas acabou sendo levada para o chão e cedendo as costas.
Kowalkiewicz se livrou da posição, ficou de pé e acertou outro direto.
Joanna respondeu com um cruzado, mas voltou a receber golpes certeiros
no rosto. A torcida, desanimada nos três assaltos anteriores, reagia a
cada soco. As duas foram para a trocação franca no fim do round, e
Karolina levou vantagem mais uma vez.
Quando o árbitro
central autorizou o início do último round, as duas se cumprimentaram no
centro do octógono. Karolina sabia que ir para a decisão garantiria o
triunfo de Joanna e tomou a iniciativa. A campeã percebeu o perigo e
começou a disputar o centro do octógono, encaixando boas combinações. A
desafiante arriscou e soltou golpes duros, mas se abriu e recebeu dois
diretos de Jedrzejczyk. A detentora do cinturão mostrou do que é feita e
levou vantagem no clinche antes de acertar um chute alto no tronco. No
fim da luta, com o nariz aparentemente quebrado, pediu aplausos para a
adversária.
UFC 205
12 de novembro, em Nova York (EUA)
CARD PRINCIPAL
Conor McGregor venceu Eddie Alvarez por nocaute aos 3m04s do R2
Tyron Woodley x Stephen Thompson foi declarada empate majoritário (47-47, 47-47 e 48-47)
Yoel Romero venceu Chris Weidman por nocaute técnico aos 24s do R3
Raquel Pennington venceu Miesha Tate por decisão unânime (29-28, 30-27 e 30-27)
CARD PRELIMINAR
Frankie Edgar venceu Jeremy Stephens por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Khabib Nurmagomedov venceu Michael Johnson por finalização aos 2m31s do R3
Tim Boetsch venceu Rafael Natal por nocaute técnico aos 3m22s do R1
Vicente Luque venceu Belal Muhammad por nocaute aos 1m19s do R1
Jim Miller venceu Thiago Pitbull por decisão unânime (30-27, 29-28 e 30-27)
Liz Carmouche venceu Katlyn Chookagian por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)