Rio

PM detém pelo menos três pessoas em operação na Cidade de Deus

Ação será por tempo indeterminado, segundo secretário de Segurança
PMs em operação na Cidade de Deus Foto: Agência O Globo / Fabiano Rocha
PMs em operação na Cidade de Deus Foto: Agência O Globo / Fabiano Rocha

RIO — Pelo menos três pessoas foram detidas na manhã deste domingo durante a operação da Polícia Militar na Cidade de Deus , na Zona Oeste. Na ação, foram apreendidos fuzis e drogas. Os policiais ocupam a comunidade à procura de bandidos que entraram em confronto com agentes no sábado. Na ocasião, um helicóptero da corporação caiu , matando quatro PMs: o major Rogério Melo Costa, o terceiro-sargento Rogério Félix Rainha, o capitão William de Freitas Schorcht e o subtenente Camilo Barbosa de Carvalho. Os agentes serão enterrados em diferentes cemitérios na tarde deste domingo. Em seu perfil no Facebook, a Polícia Militar prestou uma homenagem aos PMs mortos , publicando uma mensagem de luto.

A operação policial interdita ruas no entorno da comunidade. Segundo o Centro de operações da prefeitura, a Estrada Marechal Miguel Salazar Mendes de Moraes está fechada em ambos os sentidos, entre as ruas Antonieta Campos da Paz e a Edgard Werneck.

Já a Rua Edgard Werneck também está interditada em ambos os sentidos, entre a Estrada Marechal Migual Salazar Mendes de Moraes e a Rua Suzano. As estradas dos Bandeirantes, do Gabinal e a Linha Amarela são opções para os motoristas.

Policiais Militares fazem operação para achar os bandidos que teriam derrubado o helicóptero da PM. Foto: Agência O Globo
Policiais Militares fazem operação para achar os bandidos que teriam derrubado o helicóptero da PM. Foto: Agência O Globo

O clima na Cidade de Deus é tenso depois de um dia de tiroteios e operações policiais. Moradores, que estão passando por revistas, reclamam o desaparecimento de seus filhos e denunciam que há cerca de seis corpos na mata atrás do condomínio Itamar Franco, na localidade do Karatê. Entre os desaparecidos estaria Marlon César, de 23 anos. Sua mãe contou que muitos moradores foram surpreendidos com os confrontos que eclodiram à tarde.

— As pessoas foram pegas de surpresa. Foi um desespero. Eu não consegui ter contato com meu filho. Ele pode estar na mata, mas os policiais não nos deixam entrar para procurar. Isto é desumano.

A moradora Vivi Salles iria organizar, neste sábado, um sarau comemorativo de cinco anos do Poesia de Esquina, movimento criado por ela para reunir poetas da Cidade de Deus. O evento, porém, precisou ser cancelado por causa dos confrontos entre criminosos e policiais na região. A poetiza, que tem 26 anos, disse que nunca havia presenciado tanto tiroteio durante o dia.

— Normalmente era só de madrugada, agora passou a ficar normal tiros durante as manhãs. Ontem (sábado), eu achava que a situação ia se estabilizar depois do meio-dia. Mas o tiroteio voltou com tudo à tarde e perdurou até as 22h. Outro evento cultural além do meu também teve que ser cancelado. Houve uma sequência de tiros muito grande na tentativa de abater o helicóptero — afirmou Vivi.