27/10/2016 09h00 - Atualizado em 27/10/2016 12h25

Desemprego fica em 11,8% no 3º trimestre, indica Pnad do IBGE

No terceiro trimestre do ano passado, taxa havia ficado em 8,9%.
População desocupada cresceu 34% sobre mesmo trimestre de 2015.

Do G1, em São Paulo e no Rio

O desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa segue como a maior de toda a série histórica da Pnad, que teve início em 2012. No trimestre encerrado em agosto, o índice também ficou em 11,8%.

No terceiro trimestre de 2015, o índice havia atingido 8,9%. No período de abril a junho deste ano, a taxa bateu 11,3%.

"É um trimestre que já se poderia dizer, em função da leitura de série histórica, que já deveria começar a apresentar algum fôlego", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A população desocupada somou 12 milhões de pessoas – um aumento de 3,8% sobre o trimestre de abril a junho de 2016 e de 33,9% frente ao mesmo trimestre de 2015.

DESEMPREGO NO TRIMESTRE
pela Pnad, em %
 
Fonte: IBGE

"Você tem um aumento expressivo da desocupação, um aumento que é constante e significativo. Chegamos a 12 milhões de pessoas desocupadas. Dados indicam um cenário complicado", afirmou Azeredo.

A população ocupada atingiu 89,8 milhões de pessoas. O número mostra uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior e de 2,4% sobre o terceiro trimestre do ano anterior. "O contingente de trabalhadores desce da marca de 90 milhões, que foi atingida pela primeira vez no segundo trimestre de 2013", disse o coordenador do IBGE.

Com o aumento do desemprego, caiu o número de empregados com carteira assinada. As contratações formais recuaram 0,9% sobre o trimestre de abril a junho e 3,7% em relação ao observado um ano atrás.

De acordo com o IBGE, ficaram estáveis – em ambas as comparações – os números relativos aos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,3 milhões de pessoas), dos trabalhadores domésticos (6,1 milhões de pessoas) e dos empregados no setor público (11,3 milhões de pessoas).

O número de empregadores chegou a 4,1 milhões e mostrou crescimento expressivo de 10,1% em relação ao trimestre de abril a junho de 2016. Frente a um ano atrás, não houve variação significativa.

A categoria das pessoas que trabalharam por conta própria (21,9 milhões de pessoas) apresentou redução de 4,7% em relação ao trimestre de abril a junho de 2016 (menos 1,1 milhão de pessoas). Na comparação com o trimestre de julho a setembro de 2015, a queda foi de 1,7% (menos 378 mil pessoas).

Na análise dos setores das pessoas que estão ocupadas, o IBGE destaca que, em relação ao trimestre de abril a junho de 2016, foi registrada queda de 4,2% na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura, 3,7% na construção, de 1,8% no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e de 2,1% nos serviços domésticos.

De acordo com Azeredo, a indústria é o principal setor responsável pelo resultado negativo. "Em relação ao ano passado, ela apresenta uma queda de 1,3 milhão de trabalhadores. E é importante destacar esse comportamento da indústria, por ser um dos setores de atividades mais importantes e que agregam um contingente de porte de trabalho de melhor qualidade. Ou seja, está na indústria o maior número de trabalhadores com carteira assinada e é na indústria que apresenta a maior queda, desde o início da crise, do contingente de carteira assinada”, destacou.

Pessoas preenchendo vagas de emprego em agência em São Paulo. (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)Pessoas buscando vagas de emprego em agência em São Paulo (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Salários
O rendimento médio real normalmente recebido pelos trabalhadores cresceu em relação ao trimestre anterior e caiu sobre um ano antes ao chegar a R$ 2.015.

"Isso que parece ser uma notícia favorável [aumento] pode ser consequência da queda continuada da carteira assinada e do trabalhador por conta própria. Ou seja, pode ter saído da ocupação quem tinha renda mais baixa, aumentando então o rendimento médio."

Na comparação com o trimestre de abril a junho de 2016, o único rendimento médio que apresentou alta foi o do grupamento de atividade da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura (4,6%).

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