• Erik Paulussi
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Benedict Cumberbatch, fique tranquilo: não é sua culpa (Foto: Divulgação)

Benedict Cumberbatch, fique tranquilo: não é sua culpa (Foto: Divulgação)

Doutor Estranho é um super-herói bem diferente dos que você está acostumado em assistir no cinema. Ele transita por dimensões diferentes, conjura magias e até manipula o tempo. Nas mãos de Scott Derrickson, o longa, que estreia nesta quarta-feira (2), é uma viagem psicodélica, cheia de efeitos especiais e diálogos um tanto explicativos demais, mas divertidos. Agora, o que não quer calar: por que raios a Marvel gosta tanto de dar segundas chances para arrogantes?

O personagem de Benedict Cumberbatch, Stephen Strange, é um neurocirurgião famoso, bem-sucedido e extramemente egocêntrico - a ponto de humilhar pessoas que considera inferior (e até a mulher que lhe presenteou com um Jaeger-LeCoultre, praticamente um pedido de casamento implícito). Um acidente, uma grave lesão nas mãos e diversas pisadas na cabeça de outros depois, ele acaba encontrando a redenção ao salvar o mundo com suas recém-adquiridas técnicas mágicas.

Soa familiar?Se trocarmos o nome do personagem por "Tony Stark" e sua descrição por "gênio, bilionário, playboy, filântropo", o desfecho é quase o mesmo. Até Thor começou sua saga no universo cinematográfico da Marvel com a arrogância de um conquistador de mundos, louco para herdar o trono do pai. 

Stephen Strange, no auge de sua forma esnobe (Foto: Reprodução)

Stephen Strange, no auge de sua forma esnobe (Foto: Reprodução)

Pode soar como uma chata patrulha comportamental, mas é que, na vida real, ao nos deparamos com pessoas desse tipo, é comum torcermos contra elas. Não o contrário. Será que essa é a fórmula do sucesso? Inverter convicções? Ou é uma mensagem que todos merecem uma segunda chance? 

Nada disso. No fundo, é uma questão de não levá-los a sério e rir de suas convicções rasas, sabendo que, ao mesmo tempo que eles têm tudo, também não têm nada.