Política Marcelo Freixo

Freixo quer mapa da violência por bairros e contrapartidas das UPPs

Candidato do PSOL se reuniu com sua equipe de especialistas em segurança

Segurança. A partir da esquerda, Michele Ramos, Luiz Eduardo Soares, Marielle Franco, Vinicius George, Robson Rodrigues, Marcelo Freixo, Luciana Boiteux, Ibis Pereira, Mônica Cunha e Ignacio Cano
Foto: Marcelo Carnaval / Marcelo Carnaval
Segurança. A partir da esquerda, Michele Ramos, Luiz Eduardo Soares, Marielle Franco, Vinicius George, Robson Rodrigues, Marcelo Freixo, Luciana Boiteux, Ibis Pereira, Mônica Cunha e Ignacio Cano Foto: Marcelo Carnaval / Marcelo Carnaval

RIO — O candidato do PSOL a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, reuniu nesta quinta-feira os formuladores de seu programa de governo na área de segurança pública para trazer o tema à pauta da disputa do segundo turno com Marcello Crivella (PRB). Entre as ideias apresentadas por especialistas e encampadas por Freixo estão o uso da capilaridade dos serviços da prefeitura para fazer um mapa da violência no Rio e a conversa com o governo estadual para que a prefeitura possa debater a política das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas.

Desde 2014, a prefeitura do Rio inejta dinheiro no programa das UPPs, do governo estadual. O professor da Uerj e especialista em segurança, Ignácio Cano opinou na reunião que a prefeitura “dá um cheque em branco” às UPPs e não participa da definição da política. Ele sugeriu que a prefeitura exija “contrapartidas” a estes investimentos do governo estadual, desde debater junto com a prefeitura as próximas comunidades a receber uma UPP como decisões mais corriqueiras, como a liberação de festas nas favelas.

Além de Ignácio Cano, estavam presentes na reunião o ex-comandante-geral da Polícia Militar Íbis Pereira, o delegado da Polícia Civil Vinícius George, o ex-comandante das UPPs Robson Rodrigues, o sociólogo Luiz Eduardo Soares, a defensora dos direitos humanos Mônica Cunha, a pesquisadora do Instituto Igarapé Michele Ramos, a vereadora eleita pelo PSOL Marielle Franco e a candidata a vice-prefeita, Luciana Boiteux.

Freixo disse que a prefeitura tem atribuições fundamentais na área de segurança, como a identificação de áreas mais vulneráveis da cidade e o trabalho conjunto com o poder municipal de outras cidades da região metropolitana do Rio.

— A prefeitura tem que assumir a responsabilidade na segurança. Com a capilaridade dos serviços que tem, a prefeitura pode ajudar com informações, como da área de saúde, a fazer um diagnóstico mais preciso, junto com o governo estadual. Tem que fazer uma mapa da violência no Rio, saber que tipo de crime é mais comum e mais propício em cada bairro, e traçar ações para prevenir — disse Freixo. — O principal objetivo é reduzir o número de homicídios na região metropolitana.

O candidato reafirmou ser contra o armamento da Guarda Municipal:

— Não precisamos de mais armas circulando, e sim menos armas circulando. Não é matar e morrer que vai resolver. Se resolvesse, o Brasil já seria um país seguro, pois não se fez outra coisa. Meu plano é valorizar o papel do guarda, não como uma minipolícia militar, mas se aproximando do cidadão, conhecendo cada bairro, cada comunidade, ajudando a prevenir. Você investir no conhecimento e em ações sociais nos bairros é mais eficaz e mais barato do que investir em armamento em larga escala.