Rock in Rio 2017

Por Cauê Muraro, G1 — Rio de Janeiro


Liliana Saumet, do Bomba Estéreo, e Karol Conka durante o show no Palco Sunset neste sábado (23) no Rock in Rio — Foto: Alexandre Durão/G1

Com discursos contra homofobia, "cura gay" e machismo, e ainda a favor do sexo oral na mulher (segundo ela, os homens deveriam parar de usar a língua "para falar merda", já que não fazem "o serviço direito lá embaixo"), Karol Conka recebeu muitos aplausos durante sua participação no show estilo "empoderado" da banda colombiana Bomba Estéreo no Rock in Rio neste sábado (23).

A rapper paranaense ficou em cena por não mais que 20 minutos, mas conseguiu a melhor resposta da apresentação em esquema "esta é a mistura do Brasil com a Colômbia". Tinha duas bandeiras do país vizinho erguidas por gente na plateia.

O som eletrônico, caribenho e muito tropical do Bomba Estéreo até fazia o povo dançar como se fosse cumbia diante de um Palco Sunset com lotação mediana. Mas talvez tenha faltado um hit mais conhecido ali. Vamos lembrar que a Cidade do Rock está lotada de fãs de Guns N' Roses e The Who neste sábado.

Karol Conka faz discurso contra homofobia e machismo em show no Rock In Rio

Karol Conka faz discurso contra homofobia e machismo em show no Rock In Rio

Mas então veio Karol, e a coisa cresceu. Com forte presença (cabelão rosa e capa colorida), ela cantou em castelhano, junto com os colombianos, a música "Flower power", dedicada às mulheres pela vocalista Liliana Saumet.

Com versos como "Soy un ser vulnerable pero libre como el viento / Lleno de energía poderoso en pensamiento" ("Sou um ser vulnerável, mas livre como o vento / Cheio de energia, poderoso em pensamento"), a faixa teve muitos aplausos.

Mas eles só foram aumentar em definitivo quando Karol cantou suas próprias, como "É o poder" e o hit "Tombei", foi precedida pelo discurso contra a "cura gay".

"O amor é a única cura para uma das doenças mais graves da humanidade, que é a homofobia", disse Karol. "O nosso amor é muito maior do que o machismo e a homofobia, certo?"

E, finalmente, veio "Lalá" (a do sexo oral).

O comentário da cantora antes desta foi bastante bem-humorado. Falou: "Pare com essa língua de gesso, Brasil. O prazer da mulher não pode ser censurado".

Lançada em junho, faixa fala de uma mulher que quer ser "bem atendida", pede "direitos de prazer iguais" e rima "lambida" com "saliva" e com "sativa". Nesta, Karol chamou Liliana Saumet para cantar junto. Bom momento de integração, algo que poderia ter rolado mais.

Depois, a rapper foi embora - e parte do público foi junto. Deu tempo de o Bomba Estéreo mostrar só mais uma. Ninguém teria reclamado se Karol tivesse ficado até o final.

Karol Conka é a convidada para o show do Bomba Estéreo no Palco Sunset — Foto: Alexandre Durão

Karol Conka — Foto: Alexandre Durão

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