30/10/2016 09h31 - Atualizado em 30/10/2016 14h41

Estadual Central, em BH, tem votação tranquila mesmo com ocupação

Na escola votam os dois candidatos de BH, Aécio Neves e Marcio Lacerda.
Estudantes e TRE-MG fizeram acordo para que pleito siga sem problemas.

Raquel FreitasDo G1 MG

Ocupação no Estadual Central, em Belo Horizonte, está em área delimitada e votação transcorre sem problemas (Foto: Raquel Freitas/G1)Ocupação no Estadual Central, em Belo Horizonte, está em área delimitada e votação transcorre sem problemas (Foto: Raquel Freitas/G1)

A votação deste segundo turno em Belo Horizonte, neste domingo (30), segue com tranquilidade na Escola Estadual Governador Milton Campos, conhecida Estadual Central, onde estudantes mantêm uma ocupação contra a PEC 241, que limita os gastos públicos do governo por 20 anos. Os dois candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte e autoridades políticas votam na escola. Mais de 8,5 mil eleitores votam no local.

Os manifestantes fizeram um acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e se comprometeram a não interferir na votação. Em contrapartida, não foi pedida a desocupação do local.

Escola Estadual Governador Milton Campos, conhecida como Estadual Central, em Belo Horizonte, está com ocupação estudantil contra a PEC 241 (Foto: Raquel Freitas/G1)Eleitores votam sem problemas (Foto: Raquel Freitas/G1)

Os eleitores não enfrentam nenhum problema na votação deste domingo. Todos os acessos estão liberados e os votos são registrados com agilidade na seção eleitoral.

Os dois candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB) votam no Estadual Central, além de autoridades, como o senador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB).

A Polícia Militar acompanha a votação no local. "Nesta escola, em especial, que tem um grande número de autoridades que exercem sua cidadania aqui, nós hoje estamos aqui com um acréscimo considerável de efetivo, até mesmo considerando o cenário que a gente vivencia no interior do estabelecimento. Hoje nós temos essa ocupação, até com poucos alunos,  que já estão orientados sobre a maneira de proceder. Eles estão limitados em uma área para que a gente não venha a ter dissabores", disse o major André Domiciano, comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão.

presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, acompanha as eleições no Estadual Central, em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, acompanha as eleições no Estadual Central, em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, decidiu passar o domingo de votação no Estadual Central. “Nenhuma ocupação está existindo para tentar prejudicar, cancelar ou influenciar nas eleições que estão acontecendo. Então, para deixar claro, mesmo, que não é de interesse das ocupações, de forma alguma, interromper um processo democrático, como são as eleições. Até porque esses meninos também participaram de um processo democrático para ocupar por meio de uma assembleia”, diz.

Ela afirma que também reconhece o esforço da Secretaria de Estado de Educação e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que as ocupações fossem mantidas e a votação ocorresse com tranquilidade.

Psicóloga Virgínia Machado, de 55 anos, não vota no Estadual Central, mas foi até a escola neste domingo para fazer um apelo aos estudantes que ocupam o colégio desde 6 de outubro (Foto: Raquel Freitas/G1)Psicóloga Virgínia Machado protestou contra ocupação estudantil  (Foto: Raquel Freitas/G1)

A psicóloga Virgínia Machado, de 55 anos, não vota no Estadual Central, mas foi até a escola neste domingo para fazer um apelo aos estudantes que ocupam o colégio desde 6 de outubro.  "Deixem meu filho fazer o Enem aqui", dizia. A moradora da Região Centro-Sul de Belo Horizonte teme que as provas sejam afetadas, caso os alunos não desocupem a escola até esta segunda-feira (31), prazo dado pelo Ministério da Educação (MEC). Do outro lado da faixa zebrada que limita o acesso dos estudantes ao prédio e com câmera do celular ligada, ela pedia o fim da ocupação. As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro.

Segundo a presidente da Ubes, as discussões em relação ao Enem devem ocorrer nesta semana. Camila afirma já estar em contato com secretarias de educação, mas diz que a decisão sobre a manutenção das ocupações é de cada escola. “A gente vai tentar achar uma forma, assim como a gente conseguiu achar para as eleições”, pontua.

O local de votação do funcionário público aposentado Sérgio Amaral, de 65 anos, também não é o Estadual Central. Ele disse que foi ao colégio acompanhar a mulher e para apoiar a ocupação dos estudantes. “A gente concorda com o movimento. O ensino está sendo desprestigiado e vai ser ainda mais com a PEC 241. Não concordo com o que o governo está fazendo”, disse.

Funcionário público aposentado Sérgio Amaral demonstra apoio à ocupação estudantil no Estadual Central, em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)Funcionário público aposentado Sérgio Amaral demonstra apoio à ocupação estudantil no Estadual Central, em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)

 

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