Política

FH diz que governo Temer pode ser 'uma pinguela, mas é o que se tem'

Ex-presidente minimizou demissão de Geddel e disse que é preciso tirar país da crise
Tucanos se reúnem em Brasília em encontro nacional de prefeitos do PSDB Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Tucanos se reúnem em Brasília em encontro nacional de prefeitos do PSDB Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou a saída do ministro Geddel Vieira Lima do governo e afirmou que o momento exige pensar mais no Brasil, na recuperação econômica e menos nas coisas pequenas. Durante encontro de prefeitos tucanos, em Brasília, o ex-presidente comparou, ainda, a atual situação de governo a 'uma pinguela' necessária para 'atravessar o rio'.

FH lembrou que quando foi ministro da Fazenda, no governo Itamar Franco, também criticavam o fato de o país ter tido quatro ministros em sete meses.

— Na situação de transição é difícil, ministros caem, outros vêm. O importante é não perder o rumo. Diante das circunstâncias brasileiras, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio. Isso é uma ponte, pode ser uma ponte frágil, uma pinguela, mas é o que se tem — disse o ex-presidente , acrescentando:

— O Brasil precisa com urgência aprovar as reformas, a situação econômica é muito ruim. Não temos tempo, temos que ter rumo e pensar menos nas coisas pequenas.

O ex-presidente disse que o PSDB apoiou o impeachment e tem a responsabilidade de apoiar as medidas impopulares que têm que ser tomadas:

— Impopular foi levar o Brasil ao caos. E isso foi o PT quem fez.

Fernando Henrique disse ainda que não há nada pior do que demitir um amigo, mas que às vezes isso tem que ser feito. Ele elogiou Geddel por se antecipar e entregar a carta de demissão:

— Ás vezes não tem jeito, não é questão pessoal, é política.