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Chavistas acampam em frente ao Palácio de Miraflores em Caracas

Governo mantém manifestação pró-Maduro e rejeitou dez dias de trégua da oposição
Dezenas de apoiadores de Maduro acampam em frente ao Palácio de Miraflores para mostrar apoio ao governo em Caracas Foto: JUAN BARRETO / AFP
Dezenas de apoiadores de Maduro acampam em frente ao Palácio de Miraflores para mostrar apoio ao governo em Caracas Foto: JUAN BARRETO / AFP

CARACAS — Apoiadores do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acampam nesta quinta-feira em frente ao Palácio de Miraflores, em uma demonstração de apoio ao governo chavista. A Venezuela vive uma grave crise política, enquanto o governo e a oposição recentemente abriram uma frágil via de diálogo para tentar negociar uma mudança. Na quarta-feira, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democratica anunciou uma trégua de dez dias na guerra política contra o presidente, mas o prazo foi rejeitado pelo chavismo.

O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, considerou uma ameaça o prazo estabelecido pela oposição venezuelana para ratificar o diálogo com o governo de Maduro e reforçou a convocação da manifestação nesta quinta-feira.

— Hoje a direita nos deu prazo de 10 dias, (...) voltou a nos ameaçar. Falar com a oposição é falar com o nada, assim ninguém tem a palavra. Farei o que tiver que fazer para ajudar o companheiro Nicolás Maduro — disse Cabello em seu programa semanal no canal estatal VTV.

O secretário executivo da MUD, Jesús Torrealba, advertiu que na próxima reunião plenária para o diálogo, em 11 de novembro, a aliança avaliará os gestos do governo para confirmar o processo.

Manifestantes dormem em barracas em protesto de apoio a Maduro Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Manifestantes dormem em barracas em protesto de apoio a Maduro Foto: MARCO BELLO / REUTERS

Após o início, domingo passado, das conversações com a mediação do Vaticano e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a MUD anunciou na terça-feira a suspensão de um julgamento parlamentar contra Maduro por sua responsabilidade política na crise, assim como de uma mobilização convocada para quinta-feira que também chegaria até o Palácio de Miraflores. Mas o governo manteve a sua manifestação convocada para o mesmo local.

— Eu sou chavista e amanhã (quinta-feira) vou ao palácio de Miraflores — disse Cabello na quarta-feira.

Apesar da determinação da MUD, estudantes opositores mantêm a convocação para uma marcha até Miraflores. A mesma postura foi adotada por Lilian Tintori, a mulher do líder opositor Leopoldo López, que está detido na Venezuela. Ela iniciou na quarta-feira à noite uma vigília na frente da prisão em que López está detido. Ela afirmou que não tem informações sobre o marido desde sexta-feira da semana passada.

Apoiadores de Maduro jogam cartas enquanto permanecem acampados nas ruas em frente ao palácio presidencial na Venezuela Foto: MARCO BELLO / REUTERS
Apoiadores de Maduro jogam cartas enquanto permanecem acampados nas ruas em frente ao palácio presidencial na Venezuela Foto: MARCO BELLO / REUTERS