Não caiu bem no Botafogo a notícia de que Jefferson vai precisar passar por uma outra cirurgia no braço esquerdo. Da previsão de três meses, o goleiro completou o dobro afastado e sequer disputou uma partida do Campeonato Brasileiro. Sem nova data estipulada para o retorno aos gramados, é provável que ele também fique fora da disputa do Carioca e de pelo menos parte da Taça Libertadores, caso o Alvinegro confirme a sua classificação.
Em General Severiano, obviamente, ninguém está satisfeito com a situação. A começar pelo próprio Jefferson. Incomodado, o goleiro procurou tratamento fora do clube e foi atrás de um especialista em braço e ombro em Niterói (RJ), cidade onde mora. A constatação foi de que a lesão pouco evoluiu desde a operação em maio, o que indicou a
necessidade de um novo procedimento cirúrgico, que deve acontecer até a
primeira semana de dezembro.
O departamento médico do clube ainda não confirma a necessidade da nova cirurgia. Mas na Arena, durante a derrota por 2 a 0 para a Chapecoense, o descontentamento por parte de alguns diretores e conselheiros era maior com a situação do goleiro do que com o placar adverso. Internamente, há uma corrente de conselheiros que pressiona para que o coordenador médico alvinegro, o dr. Luiz Fernando Medeiros, seja cobrado com mais rigor pelo fato de o principal jogador do time estar fora de combate por tanto tempo.
Oficialmente, nenhum dos dois lados se manifestou ainda. Jefferson rompeu parcialmente o tríceps do braço esquerdo na partida contra o Juazeirense, em 12 de maio, pela Copa do Brasil. Cinco dias depois, ele passou por procedimento cirúrgico no Rio de janeiro com o coordenador médico do Botafogo, Luiz Fernando Medeiros.
Por ser considerada uma lesão rara, a previsão era que o goleiro retornasse aos treinos em três meses. De fato, em agosto, Jefferson voltou a treinar em campo e, em setembro, foi liberado para voltar a jogar. Jair Ventura chegou a dizer que o goleiro decidiria a data do retorno quando estivesse confiante. Ele até participou de um jogo-treino contra o Bangu, no entanto, as dores voltaram, o jogador teve a carga reduzida e voltou a treinar à parte.
Além de ser considerada grave, a lesão de Jefferson é incomum. A cirurgia em maio consistiu em reconstruir o tendão rompido retirando enxerto do joelho, de modo a prevenir que a sutura que foi feita fique mais resistente aos movimentos após a recuperação. O goleiro ficou seis semanas com o braço imobilizado com tipoia e só depois disso iniciou as sessões de fisioterapia. Nesta quinta-feira se completam exatos seis meses desde a primeira operação.