O Flamengo vai recorrer "a todas as instâncias" e "acionará todos os órgãos que administram" o basquete no Brasil para ter o direito de disputar a Liga das Américas. Com a suspensão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) pela Federação Internacional de Basquete (Fiba) até 28 de janeiro os clubes do país foram proibidos de disputarem torneios internacionais. Além do Flamengo, o Bauru também foi afetado.
"(...) o Flamengo atuará em todas as instâncias, em conjunto com a Liga Nacional de Basquete, e acionará todos os órgãos que administram o esporte no Brasil para que o mérito esportivo seja respeitado, o suor de nossos atletas em quadra não tenha sido em vão e tenhamos o direito de buscar mais um título continental", diz a nota oficial publicada no site do clube.
Ainda no comunicado, o Flamengo diz que recebeu com "perplexidade" a notícia de que tinha sido punido indiretamente e ficado de fora do que chamou de "mais importante competição da temporada 2016/2017". Chamou o sistema que rege o esporte brasileiro de "arcaico e pouco eficiente". O clube demonstra apoio à intervenção da Fiba na CBB por problemas de gestão e afirma que tem ótimo relacionamento com a entidade internacional. Lembra que para o Rio 2016 investiu R$ 18 milhões em estrutura para esportes olímpicos.
"Por acreditar que o basquete nacional precisa de uma reformulação geral, o Flamengo apoia um sistema em que clubes, atletas, técnicos e Federações tenham o mesmo peso, sejam "poderes" equivalentes, e possam, juntos, com equilíbrio de forças, mudar os rumos do esporte brasileiro", diz a nota.
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Confira a íntegra do comunicado:
O Clube de Regatas do Flamengo vem a público se manifestar quanto à punição indiretamente recebida após a FIBA (Federação Internacional de Basquete) suspender a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) de suas atividades.
No dia 11 de junho de 2016, o Flamengo vencia a equipe do Bauru Basket na final do Novo Basquete Brasil 8. Com essa vitória, e consequentemente mais um título do campeonato brasileiro de basquete, o quinto de sua história, o Rubro-Negro confirmou sua hegemonia nacional e juntou esse troféu às taças da Liga das Américas e da Copa Intercontinental, duas competições homologadas pela mesma FIBA, em 2014.
Na última segunda-feira (14), o Flamengo recebeu com perplexidade a notícia de que teria sua participação na próxima edição da Liga das Américas suspensa, assim como a equipe de Bauru, já que, de acordo com o artigo 10.3 dos Regulamentos da FIBA, "(...) um membro suspenso pela Federação perde seus direitos(...) e suas equipes e funcionários não podem organizar/participar de nenhuma competição ou atividade internacional". Sendo Flamengo e Bauru equipes ligadas à CBB, automaticamente estaríamos fora da mais importante competição em nosso planejamento para a temporada 2016/2017.
O Flamengo repudia tal fato e entende que é chegada a hora de o sistema que rege o esporte brasileiro, arcaico e pouco eficiente, ser repensado. Mesmo após quatro anos de austeridade financeira, o Flamengo superou suas dificuldades e investiu nos esportes olímpicos como poucos fizeram no Brasil, sempre em busca da excelência, com transparência e ética. O resultado deste modelo de gestão foi a conquista de títulos não só no basquete, mas também na ginástica artística, natação, nado sincronizado, polo aquático e em todas as modalidades olímpicas em vigência na Gávea.
Nos últimos quatro anos, de acordo com seu planejamento para a Rio 2016, o Flamengo investiu cerca de R$ 18 milhões em equipamentos, infraestrutura e capacitação de pessoal. Como consequência, 18 profissionais representaram o Clube nos últimos Jogos Olímpicos (foram mais de 200 em todas as edições), mantendo a tradição rubro-negra de estar presente no mais importante evento esportivo do mundo.
Por acreditar que o basquete nacional precisa de uma reformulação geral, o Flamengo apoia um sistema em que clubes, atletas, técnicos e Federações tenham o mesmo peso, sejam "poderes" equivalentes, e possam, juntos, com equilíbrio de forças, mudar os rumos do esporte brasileiro. O Flamengo acredita no modelo das ligas, sendo um dos fundadores da Liga Nacional de Basquete, há nove temporadas, e da Liga Brasileira de Polo Aquático, que nasceu em 2016 após inúmeras tentativas de diálogo com a Confederação que rege esta modalidade no país. Quando falamos em Liga, leia-se: clubes unidos e coordenados em prol de um único objetivo, o bem do esporte.
O Flamengo apoia a intervenção da FIBA na CBB no que diz respeito ao não cumprimento de suas obrigações, problemas de gestão, falta de pagamentos e falhas no plano de reestruturação da entidade nacional. O Clube tem ótimo relacionamento com a Federação Internacional e reconhece seu trabalho a favor da evolução do basquete nas Américas.
Entretanto, o Flamengo atuará em todas as instâncias, em conjunto com a Liga Nacional de Basquete, e acionará todos os órgãos que administram o esporte no Brasil para que o mérito esportivo seja respeitado, o suor de nossos atletas em quadra não tenha sido em vão e tenhamos o direito de buscar mais um título continental.