A Caesb reduz a partir desta quarta-feira (23) a pressão nos hidrômetros de Ceilândia, maior região administrativa do Distrito Federal, entre 7h e 19h para "forçar" a população a economizar água. A medida só não vai afetar hospitais. O governo preparou um calendário até o final do ano para implantar o plano em outras 14 regiões administrativas. O objetivo é diminuir entre 5% a 10% o consumo do recurso.
De acordo com a companhia, todos os consumidores que tenham reservatórios domiciliares suficientes para 24 horas de abastecimento não enfrentarão problemas. A partir de 28 de novembro, as regiões de Vicente Pires e Colônia Agrícola Samambaia também vão sofrer a redução da pressão da água. Em 2 de dezembro é a vez de Samambaia, que será seguida por Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Gama e Santa Maria no dia 7 de dezembro.
Depois, sofrem a redução no dia 12 de dezembro Águas Claras, Arniqueiras, Taguatinga e Riacho Fundo I. Dois dias depois, Park Way, Candangolândia e Núcleo Bandeirante serão alvo da intervenção da companhia.
A Caesb afirma que a redução de pressão não significa racionamento, por não deixar a população sem água sem água. A diferença, explica, é que no racionamento o abastecimento de água é interrompido totalmente e as redes são esvaziadas. A companhia não tem previsão para realizar o rodízio do serviço.
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito
Federal (Foto: Renato Araújo/Agência Brasília)
De acordo com a Caesb, o plano vale até que o nível do reservatório do Descoberto esteja em condição de “oferecer segurança para o abastecimento”. Nesta terça, ele atingiu 20,15% da capacidade – foi o segundo dia seguido em que o volume se manteve acima de 20% desde o início da crise hídrica. A redução de pressão já ocorria no período noturno em todas as regiões administrativas, segundo a companhia.
O Descoberto é responsável pelo abastecimento de 61% da capital federal. Com a queda no volume para abaixo de 20%, a Caesb ficou autorizada a implantar racionamento. Segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa), essa é a pior crise hídrica já vivida pela capital federal.