A dupla formada pelo brasileiro Bruno Soares e pelo britânico Jamie Murray garantiu que terminará na primeira posição do ranking mundial a temporada de 2016. Com 7.850 pontos, os atuais número 1 foram beneficiados pela derrota da dupla francesa formada por Pierre Herbert e Nicholas Mahut. Soares e Murray ainda têm a possibilidade de conquistar mais pontos porque estão disputando o Torneio dos Campeões da ATP, em que estão na semifinal, enquanto os franceses foram eliminados.
Bruno Soares comemorou o feito conquistado após um ano de 2015 em que não foi tão bem. O brasileiro fez questão também de exaltar o trabalho realizado logo no primeiro ano da dupla. Eles foram apenas os terceiros a conseguir chegar ao topo do ranking no primeiro ano de parceria. Além deles, Grant Connell e Patrick Galbraith, em 1993, e Jonas Bjorkman e Todd Woodbridge, em 2001, realizaram este feito. (Assista ao vídeo)
Bruno Soares e Jamie Murray comemoram (Foto: AFP)- A sensação é incrível. Vem coroar o nosso ano. Finalizar a temporada como a melhor dupla do ano é uma realização fantástica. A gente começa a receber mensagens, estatísticas...e somos apenas a terceira melhor dupla da história a realizar isso no primeiro ano que jogam juntos. Então você o tanto que esse feito é grande. E para mim, muito feliz. Foi uma temporada incrível. Um recomeço depois de um 2015 não tão bom, conquistar dois Grand Slams (Abertos da Austrália e dos EUA), melhor dupla da temporada, muito especial. Ao longo da nossa carreira, a gente faz tanta coisa, abre mão de tanta coisa para buscar o objetivo. Exige distância da família, abre mão de inúmeras coisas ao lado de amigos, quando você está na idade mais jovem. E isso são coisas que mexem com você. E acho que anos como esse fazem você relaxar, fechar o olho e pensar: "tudo que eu fiz valeu a pena" - afirmou.
O brasileiro elogiou também a boa relação que tem com Jamie Murray fora de quadra. Para Bruno, o contato constante com o parceiro ajuda a superar os problemas durante a temporada.
- Para mim é fundamental. Tem muita gente que consegue evitar. Jogam e beleza. Cada um vai para o seu canto e se encontram no outro dia. Eu não consigo porque eu acho importante nos momentos difíceis, não só no que acontece no jogo. Mas, perdeu um jogo, tem que voltar para treinar no outro dia. Nesse tipo de coisa, acho que o relacionamento agrega demais. E para mim, é extremamente importante - disse.
Jamie Murray e Bruno Soares na vitória sobre Marcelo Melo e Ivan Dodig pelo ATP Finals (Foto: Reuters / Paul Childs Livepic)Bruno Soares também pode terminar 2016 como o primeiro colocado do ranking individual de duplas. Para chegar ao topo, o brasileiro, que atualmente é o terceiro colocado, precisa ser campeão do ATP Finals de Londres, resultado que faria ele ultrapassar o atual líder Mahut. Se ganhar a semifinal, ele já ficaria à frente de Herbert, que hoje está em segundo lugar.
- Com certeza. É o que coroa de vez esse 2016. Acho que só de eu estar nessa posição, jogando a semifinal dos Finals e com chance real de fechar o ano como número 1 do individual também, já me sinto um privilegiado. Então eu já fico muito feliz. Agora é só correr atrás. É o que a gente fala sempre, o objetivo principal é sempre ganhar o torneio. A gente entra e a gente quer ganhar. E a gente sabe que jogando bem a gente tem chance de ganhar. Os resultados em termos de ranking, se vai ser número 1 ou 2, é resultado do que a gente faz dentro de quadra - afirmou.
Bruno Soares e Jamie Murray vencem irmãos Bryan no ATP Finals (Foto: GLYN KIRK / AFP)Aos 34 anos, Bruno Soares chega pela primeira vez ao topo do ranking. E o brasileiro não pensa em abandonar o esporte tão cedo. O mineiro quer chegar pelo menos aos Jogos Olímpicos de 2020, no Japão, mas também pensa em ir além.
- Eu ainda tenho uma paixão muito grande por jogar, competir, treinar, tudo que envolve o dia-a-dia. Eu acho que a paixão por competir, por estar aqui, esse friozinho na barriga de entrar e jogar um jogo, um torneio. Acho que isso nunca vai apagar. Mas o que começa a complicar é a parte difícil. As horas dentro de quadra, a fisioterapia depois, o corpo que começa a doer mais que alguns anos atrás. Isso vai ficando cada vez mais pesado. Mas eu sou um apaixonado pelo que faço, adoro estar aqui, viajando, correndo atrás do circuito, correndo atrás da bolinho. Então acho que 2020 é uma bela meta. Eu e ele (Marcelo Melo) temos a vontade de querer, de ter mais uma oportunidade de buscar essa medalha. Mas espero ir mais uns anos depois também - concluiu.