Época Esporte Clube

Irregular, empresa contratada para gerir estacionamento da Arena Corinthians é multada

Irregular, empresa contratada para gerir estacionamento da Arena Corinthians é multada

Roberto de Andrade, presidente corintiano, fraudou contrato e ata de reunião para autorizar os serviços da Omni no estádio. Sem licença para operar, a companhia foi multada em R$ 80 mil pela prefeitura de SP

RODRIGO CAPELO
01/12/2016 - 19h38 - Atualizado 01/12/2016 20h38
Roberto de Andrade, presidente do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)

Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, cedeu a administração do estacionamento da Arena Corinthians para uma empresa que não possui condições de operá-lo. O cartola fraudou, ao assinar e se identificar como presidente corintiano antes de ser eleito, tanto o contrato com a Omnigroup quanto a ata de assembleia-geral do estádio que ratificou a celebração da parceria.

A Omni foi multada pela prefeitura de São Paulo, por meio da subprefeitura de Itaquera, em R$ 80 mil por não possuir licença de funcionamento para o estacionamento. A empresa foi intimada a regularizar a situação ou encerrar as atividades em 90 dias.

ÉPOCA obteve uma cópia da multa com Mauricio Luis Martins, subprefeito de Itaquera. O documento aponta infração à Lei Municipal 16.402/2016, que disciplina o uso e a ocupação do solo na capital. O Artigo 136 estabelece que “nenhuma atividade não residencial poderá ser instalada sem prévia emissão da licença correspondente”.

>> Presidente do Corinthians fraudou contrato de estacionamento

Multa à Omni por operar estacionamento da Arena Corinthians sem licença (Foto: Reprodução)

A companhia assinou contrato com o fundo que administra a Arena Corinthians, comandado pela BRL Trust, em 10 de janeiro de 2015. O acordo estabelece uma data retroativa para o início da operação, 14 de outubro de 2014, portanto há mais de dois anos.

A Omni também não teve, na maior parte do tempo de operação no estádio, uma empresa com atividade econômica adequada à função – só em 8 de agosto de 2016 a empresa abriu uma filial com a finalidade de administrar “estacionamento de veículos”, conforme registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo.

A ausência de licença para operar e a demora para regularizar a atividade econômica da Omni são evidências de que Andrade, calçado por documentos nos quais cometeu falsidade ideológica, delegou o estacionamento do estádio a uma empresa que não estava apta a exercer a função. O presidente, hoje, enfrenta um processo de impeachment no clube embasado nas fraudes reveladas por ÉPOCA.

Procurada pela reportagem, Marta Alves de Souza Cruz, dona da Omnigroup, afirma que “desconhece” a multa ao estacionamento.

>> Presidente do Corinthians fraudou ata que favorecia Odebrecht

Mais irregularidades
Martins, o subprefeito de Itaquera, acrescenta que a lanchonete da Arena Corinthians também opera sem licença de funcionamento. No caso dela a prefeitura já a multou duas vezes, uma em R$ 16 mil, outra em R$ 32 mil. Apenas a loja da Nike, instalada no interior do estádio, está em dia com os trâmites legais exigidos pela prefeitura.

+ Siga o autor de ÉPOCA EC no Facebook, no Twitter e no Google+.








especiais