Edição do dia 22/11/2016

22/11/2016 05h49 - Atualizado em 22/11/2016 08h43

Manifesto contra tentativa de anistia à prática de caixa 2 é assinado em SP

O procurador-geral da República Rodrigo Janot confirmou que existe uma articulação contra as 10 medidas de combate à corrupção.

Veruska DonatoSão Paulo, SP

Um manifesto contra a tentativa de anistiar a prática de caixa 2 no Congresso foi assinado em São Paulo, por representantes de entidades de advogados, promotores e juízes federais.

O manifesto de duas páginas é assinado por 18 entidades ligadas à Jusitça e à sociedade civil. São representantes dos juízes federais, ministério público e instituto dos advogados de nove estados. Na carta, com o título 'Desprezo à População Brasileira', os juristas argumentam que a sociedade brasileira deve repudiar a anistia, que eles consideram 'um tapa na cara da sofrida população brasileira pretenderem os parlamentares legislar em causa própria, para se auto beneficiar e escapar da Justiça Penal por via de anistia que concedem a si mesmos". 

O redator da carta, o jurista Miguel Reale junior, diz que a tentativa de perdão do caixa dois vai garantir a impunidade aos políticos. “É de certa forma querer, nós aprovamos as medidas contra a corrupção para o futuro, mas temos como compensação, absolver todos os atos delituosos praticados no passado”, diz Reale.

“Não podemos permitir isso, porque isso significa que os crimes cometidos serão apagados, não só no âmbito eleitoral, mas também na Justiça comum, até porque a lei penal mais benefica é a que vale", diz Felipe Locke - Presidente da Associação Paulista do MP.

Cópias do manifesto vão ser entregues por e-mail e por carta a todos os deputados e senadores. Representantes dos juízes federais, Ministério Público e dos advogados de São Paulo também dizem que vão acompanhar bem de perto as votações das medidas anticorrupção em Brasília, que ocorrem essa semana.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que existe sim um movimento contra as dez medidas de combate à corrupção. A análise do projeto deve ir a votação, hoje, na Câmara dos Deputados.

 

 

 

 

 

 

 

 

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