Por Deutsche Welle


O avião da companhia aérea boliviana LaMia forçou a reserva de combustível em pelo menos outros oito voos, antes da recente queda, afirmou nesta quinta-feira (8) reportagem do canal de televisão americano Univisión. O acidente de 28 de novembro, na Colômbia, provocou a morte de 71 pessoas, entre as quais diversos jogadores e membros do time de futebol Chapecoense, de Santa Catarina.

Destroços da aeronave da LaMia que levava a delegação da Chapecoense — Foto: Luis Benavides/AP

De acordo com uma tabela de itinerários obtida e analisada pela Univisión, quinta maior rede televisiva dos Estados Unidos e principal emissora em espanhol no país, a aeronave violou sistematicamente as regulamentações relativas a peso e combustível para aeronaves, colocando em risco a vida de três times de futebol nos últimos seis meses.

A Organização Internacional de Aviação Civil estabelece que se mantenha uma reserva de combustível de pelo menos 45 minutos. Na noite da tragédia, o avião Avro RJ85 se precipitou ao solo com os tanques vazios, sendo a falta de combustível apontada como a principal hipótese para a causa do acidente.

A investigação da Univisión concluiu que a empresa boliviana colocou em risco a vida de tripulação e passageiros ao cobrir rotas inteiras sem um mínimo de combustível para garantir eventuais sobrevoos exigidos por um congestionamento aéreo ou desvios devido a mau tempo.

"O que a tabela revela é que há violações sistemáticas em quase todos os voos", afirmou ao canal o piloto Esteban Saltos, especialista em segurança aérea. "Pelo que vejo, a empresa estava acostumada a usar o avião no limite de combustível."

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