Política

Planalto e PMDB tentam manter distância da prisão de Cabral

Cúpula do partido lembra ligação do ex-governador com Lula
O ex-governador Sérgio Cabral Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O ex-governador Sérgio Cabral Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

BRASÍLIA - No Palácio do Planalto e na cúpula do PMDB, a avaliação é que a prisão de Sérgio Cabral não respinga diretamente no presidente Michel Temer, nem nos principais caciques do partido. Num discurso preventivo, peemedebistas dizem que Cabral sempre foi muito mais ligado ao ex-presidente Lula, do que à cúpula do seu partido. A definição atribuída por integrantes da cúpula a Cabral é de "outsider", mesmo termo usado para se referirem ao deputado cassado Eduardo Cunha. Eles afirmam que o esquema de Cabral era muito restrito ao Rio e que prosperou de forma visível durante o período em que governou o Estado em dobradinha com Lula.

— A prisão é lamentável. Mas o fato é que Cabral se afastou muito da cúpula do partido em Brasília nos últimos anos — disse um peemedebista.

O início do distanciamento de Cabral com o comando do PMDB ocorreu a partir de 2007, quando deixou o Senado para assumir o primeiro mandato no governo do Rio. Ao mesmo tempo que se afastou dos peemedebistas de Brasília, se aproximou de Lula, lembram integrantes da legenda. Entre várias parcerias com o então presidente da República, peemedebistas recordam da vitória do Rio para ser sede dos Jogos Olímpicos, em 2009, quando comemoraram juntos e passaram a intensificar as dobradinhas para realização de obras.

De qualquer forma, há o reconhecimento de que a prisão afeta simbolicamente o partido como um todo, porque reforça a ideia de que muitos políticos do partido estão envolvidos em esquemas de corrupção. Publicamente, dois dos principais caciques do PMDB no Senado evitaram condenar Cabral. Enquanto o presidente do Senado, Renan Calheiros, se esquivou de tratar do tema, o senador Romero Jucá, que é presidente nacional do PMDB e líder do governo no Congresso, defendeu que o colega de partido tenha amplo direito de defesa.

— É sempre ruim ter nomes do PMDB citados nos escândalos da Lava-Jato, é claro que acaba afetando a imagem do partido, mas não deve respingar diretamente no governo porque o esquema de Cabral era restrito ao seu grupo do Rio — disse um peemedebista da cúpula.

Ex-governadores na mira

Preso na Operação Chequinho acusado de uso eleitoral do Cheque Cidadão. Ainda em 2000, havia suspeitas sobre a forma como eram selecionadas as famílias beneficiadas. Em 2004, houve denúncia de uso eleitoral na disputa municipal em Campos e em outras cidades com candidatos apoiados por Garotinho.

Livro publicado por ele em 1991, “Moreira – ele governou para todos”, mais tarde foi alvo de ação de um dos secretários do então governo Brizola, acusado de autopromoção e de uso indevido de dinheiro público. Foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal e obrigado a devolver cerca de R$ 400 mil aos cofres do governo estadual.

Vice-governadora, assumiu quando Garotinho foi disputar a Presidência. Em 2004, teve seu nome envolvido no escândalo em torno da divulgação de um vídeo de 2002 no qual Waldomiro Diniz, então presidente da Loterj, era flagrado cobrando propina a empresário do ramo de jogos. A denúncia, negada por Benedita, era de que teria sido beneficiada.

Também teve o nome envolvido no esquema denunciado com o vídeo de Waldomiro Diniz; ela negou. Em 2006, surgiram denúncias de que ONGs que prestavam serviços ao governo seriam ligadas a doadores da campanha de Garotinho à Presidência; na época, Garotinho chegou a fazer greve de fome, em protesto contra as acusações.

Preso pela Operação Calicute acusado de receber mesadas de R$ 200 mil a R$ 500 mil de empreiteiras. Teria recebido R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez, por contrato no Comperj. Foi citado em delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que mencionou pedido de Cabral para arrecadar R$ 30 milhões com empreiteiras.

Vice de Cabral e governador que sucedeu a ele, teve o nome envolvido na Lava-Jato ano passado, por documentos relacionados a petições do Ministério Público. Pezão nega. As denúncias feitas pela delação de Paulo Roberto Costa também o atingiriam, pois Pezão era vice da chapa de Cabral na campanha de 2010.

Ex-governadores na mira

Livro publicado por ele em 1991, “Moreira – ele governou para todos”, mais tarde foi alvo de ação de um dos secretários do então governo Brizola, acusado de autopromoção e de uso indevido de dinheiro público. Foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal e obrigado a devolver cerca de R$ 400 mil aos cofres do governo estadual.

Preso na Operação Chequinho acusado de uso eleitoral do Cheque Cidadão. Ainda em 2000, havia suspeitas sobre a forma como eram selecionadas as famílias beneficiadas. Em 2004, houve denúncia de uso eleitoral na disputa municipal em Campos e em outras cidades com candidatos apoiados por Garotinho.

Vice-governadora, assumiu quando Garotinho foi disputar a Presidência. Em 2004, teve seu nome envolvido no escândalo em torno da divulgação de um vídeo de 2002 no qual Waldomiro Diniz, então presidente da Loterj, era flagrado cobrando propina a empresário do ramo de jogos. A denúncia, negada por Benedita, era de que teria sido beneficiada.

Também teve o nome envolvido no esquema denunciado com o vídeo de Waldomiro Diniz; ela negou. Em 2006, surgiram denúncias de que ONGs que prestavam serviços ao governo seriam ligadas a doadores da campanha de Garotinho à Presidência; na época, Garotinho chegou a fazer greve de fome, em protesto contra as acusações.

Preso pela Operação Calicute acusado de receber mesadas de R$ 200 mil a R$ 500 mil de empreiteiras. Teria recebido R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez, por contrato no Comperj. Foi citado em delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que mencionou pedido de Cabral para arrecadar R$ 30 milhões com empreiteiras.

Vice de Cabral e governador que sucedeu a ele, teve o nome envolvido na Lava-Jato ano passado, por documentos relacionados a petições do Ministério Público. Pezão nega. As denúncias feitas pela delação de Paulo Roberto Costa também o atingiriam, pois Pezão era vice da chapa de Cabral na campanha de 2010.