Escrevo este post antes de assistir à grande estreia (do mês, do ano?) do Netflix, a nova temporada de “Gilmore Girls”, quase dez anos após o fim da série, que durou de 2000 a 2007.Gilmore Girls - blog legendado


Escrevo antes porque, independentemente do que vai sair dessa temporada – e eu tenho medo, sempre tenho, dessas bondades do Netflix que encomenda temporadas novas de séries bombantes e invariavelmente dá uma estragadinha nelas – eu queria dizer que vale muito, muito a pena assistir a “Gilmore Girls”. Sim, são 7 temporadas e uns 150 episódios.

A série sobre uma mãe e uma filha que são melhores amigas da vida, vivem numa cidadezinha pitoresca totalmente inverossímil no interior dos EUA e falam muito muito muito rápido em diálogos compostos 90% por referências pop tem tudo para irritar muito (leia de novo a frase anterior. Irrita só de ler) e ainda é protagonizada por duas atrizes bem ruinzinhas  - eu AMO Lauren Graham e Alexis Bledel, mas, gente, como são ruins. E, mesmo assim, é uma das séries mais adoráveis do século. Juro.

Porque “Gilmore Girls” é inteligente, tem diálogos brilhantes, personagens ótimos e é gostosa de ver: é uma série que te abraça, que te dá vontade de abraçar a TV, é um purê de batata com carne moída em forma de série, é puro amor no coração. É uma série de meninas em que os namorados e relacionamentos e desilusões amorosas e primeiras vezes estão lá na história, mas não são de longe o mais importante. É uma série nerd até o último fio de cabelo, cool até a medula, é feminista. Se passa na cidade mais fofa e esquisita da televisão (Stars Hollow <3), com personagens bizarros e sensacionais. É uma série sobre a dificuldade dos relacionamentos familiares, é uma série sobre a família que a gente escolhe ter, é sobre amizade e amor. E tem música boa, jantares de sexta à noite, muito café, tem política, participações especiais, tem o cão Paul Anka, a Paris, o Jess, o Dean, o Logan. A lanchonete do Luke.

Então, amigo leitor, amiga leitora, você que perdeu o bonde da história ou nasceu mais tarde ou não prestava atenção a séries nos anos 2000 e nunca viu “Gilmore Girls”: aproveite a onda e comece a ver. É uma delícia.

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Agora com licença que eu vou ver a nova temporada. Ai.

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As primeira temporadas são muito boas, a quarta temporada é a melhor, a sétima e até então última temporada é meio esquisita porque não foi escrita pela criadora da série, mas o final é bem digno.

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Exemplos de séries incríveis que o Netflix adotou e deu uma estragadinha? “Arrested Development”, que teve três temporadas perfeitas e ganhou uma quarta em que a gente demorou um tanto para conseguir rir. E “Black Mirror”, que era obscura, sombria, pesada e ganhou uns episódios bons mas não tão bons assim. Mas vamos que vamos. Melhor ter série a mais que a menos, acho.