Um grupo de manifestantes realizou um protesto no início da noite desta terça-feira (13) em Porto Alegre, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC-55), aprovada no Senado, e o pacote do governador José Ivo Sartori, que também prevê cortes. Eles se reuniram ainda no final da tarde, na Esquina Democrática, e logo após caminharam por ruas centrais da cidade. Na Avenida Borges de Medeiros ocorreu a dispersão e o protesto encerrou por volta das 21h.
Porto Alegre (Foto: Estêvão Pires/RBS TV)
O ato começou pacífico, mas após alguns participantes picharem paredes e depredarem agências bancárias, a Brigada Militar lançou bombas de gás e houve tumulto e correria (veja vídeo acima).
A Brigada Militar estimou por volta das 18h a participação de cerca de 200 pessoas, entretanto, não atualizou os números ao longo do ato. A organização do protesto informou que eram 9 mil presentes no local.
A concentração do grupo começou pouco antes das 18h, de forma pacífica (veja vídeo abaixo). Eles seguravam faixas e bandeiras de partidos políticos e movimentos estudantis. Pouco depois das 19h, o grupo deu início a uma caminhada. Eles seguiram em direção à Avenida Júlio de Castilhos.
(Foto: Estêvão Pires/RBS TV)
No meio do grupo, havia jovens mascarados. Alguns participantes estouravam rojões no meio do caminho. "Trabalhador, preste atenção, são 20 anos sem saúde e educação", cantavam os manifestantes.
O grupo seguiu a pé pela Avenida Júlio de Castilhos e ingressou na Avenida Voluntários da Pátria. Depois, subiu para a Rua Doutor Flores, chegando até a Avenida Salgado Filho. Ali, alguns manifestantes picharam paredes, mas tudo ocorria de forma pacífica.
Os participantes do protesto então caminharam até a Avenida Borges de Medeiros, onde houve depredação de uma agência do Banco do Brasil. A fachada do prédio da CEEE também foi danificado. Alguns vaiaram, mas outros aplaudiram o ato.
Outros manifestantes viraram contêineres nas ruas, e alguns atearam fogo nos equipamentos. Em seguida, teve início o tumulto.
Uma fila de manifestantes se formou em frente ao grupo. Alguns tentaram acessar a Rua Riachuelo e seguir em direção ao Palácio Piratini, mas foram impedidos. A Brigada Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo.
No meio da correria, a maioria dos manifestantes deixou o local.Uma parte do grupo ainda montou uma barricada, na esquina da Rua Riachuelo. O protesto dispersou após a BM lançar mais bombas de gás lacrimogêneo.
Sobre a PEC-55 e o pacote de Sartori
A PEC-55 prevê limitação de gastos públicos da União de acordo com a arrecadação e foi aproada em segundo turno no Senado. A promulgação está prevista para quinta (15).
governador Sartori (Foto: Estêvão Pires/RBS TV)
Com a proposta, crescimento dos gastos federais nos próximos 20 anos fica limitado à inflação do ano anterior.
Já o pacote de Sartori foi enviado à Assembleia Legislativa no mês passado, com o objetivo de amenizar a crise financeira no estado. Entre as propostas, estão a extinção de 11 órgãos ligados ao Executivo – nove fundações, uma companhia e uma autarquia – e a redução no número de secretarias, que passa de 20 para 17, com três fusões. As medidas devem causar pelo menos 1,1 mil demissões, de acordo com o próprio governo gaúcho.
Outros protestos
Mais cedo, também houve protestos em Porto Alegre. Pela manhã, estudantes bloquearam a Avenida Bento Gonçalves, no sentido bairro-Centro, em frente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em ato contra a PEC-55, que ainda não havia sido votada em Brasília.
Os participantes atearam fogo em uma barricada com entulho e pneus. O Batalhão de Choque da Brigada Militar foi acionado e os PMs usaram bombas de efeito moral para afastar os manifestantes.
À tarde, um grupo de manifestantes, em maioria formado por servidores públicos estaduais, fez um protesto na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Um boneco simulando o governador Sartori foi queimado. Junto aos demais servidores, policiais civis fizeram também a 3ª Marcha de Segurança Pública.