Política

Para Marina Silva, governo aumenta imposto para comprar voto na Câmara

Ex-senadora sugere que Lava-Jato está sendo sabotada com cortes no orçamento da PF
A ex-ministra Marina Silva Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo / 7-6-16
A ex-ministra Marina Silva Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo / 7-6-16

RIO — Em entrevista ao jornalista Roberto D´Avila, da GloboNews, a ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou, na noite desta quarta-feira, que o governo tira dinheiro do contribuinte, ao aumentar o imposto sobre combustíveis, para comprar votos de deputados e tentar barrar a denúncia contra Michel Temer por corrupção passiva.

— Tira com uma mão para comprar votos de parlamentares na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e faz com que o contribuinte tenha que pagar o preço com o aumento do combustível — disse ela.

Para Marina, uma das formas de “aliciamento” é por meio da liberação de emendas parlamentares:

— As pessoas compõem o governo distribuindo pedaços do Estado. Faz a maioria no Congresso com aliciamento de votos, como está fazendo agora o presidente Temer, para ter maioria para se manter no poder, juntamente com seus ministros investigados, escondidos atrás do foro privilegiado, com distribuição de emendas.

A ex-senadora sugeriu ainda que o governo está sabotando a operação Lava-Jato ao fazer cortes no orçamento do Ministério da Justiça:

— Como é que a Polícia Federal sofre os cortes que está sofrendo, e o Ministério da Justiça, quando uma das coisas mais importantes que está acontecendo é o trabalho da Operação Lava-Jato? Às vezes chega a se pensar que está acontecendo uma sabotagem.

Ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula, ela criticou o que considera retrocessos ambientais da gestão Temer.

— Quem invadiu terra ilegalmente na Amazônia está recebendo as dádivas do governo, inclusive para votar a favor dele (na apreciação da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República) — afirmou a ex-senadora, em referência à bancada ruralista.

Perguntada se disputará novamente a Presidência da República no ano que vem, Marina disse que ainda não decidiu:

— Eu ainda estou fazendo meu discernimento e isso é a verdade.