Polêmico até dizer adeus, Emerson, enfim, botou para fora
alguns bastidores do Flamengo. Em entrevista à FM O Dia, o jogador, que não
renovou contrato com o clube, lamentou atuar pouco na temporada e terminou
criticando o técnico Zé Ricardo. Embora tenha elogiado o ex-treinador dos
juniores, Sheik usou a expressão “se perdeu um pouco”.
- Ele é um bom treinador, mas está há
seis meses no profissional, é natural que demore a engrenar. Além disso, tem o
lance de tratar as pessoas com igualdade. O Zé Ricardo se perdeu um pouco em
relação a isso - disse Sheik, sem explicar o que quis dizer com "tratar as
pessoas com igualdade”.
Em contato com o GloboEsporte.com, Zé
Ricardo minimizou e preferiu não polemizar com o atacante. Durante a temporada,
Zé chegou a falar que Sheik seria aproveitado, mas por “meritocracia”, exatamente
a expressão que utilizou após o atacante marcar na Sul-Americana contra o
Palestino. Emerson chegou a admitir que estava sete quilos acima do peso.
- Respeito a opinião dele, não tenho
nada para falar. Sheik foi profissional comigo. E desejo sucesso e sorte nas
escolhas dele - disse o treinador do Flamengo, que optou por não relacionar o atacante na última partida do Campeonato Brasileiro, o empate em 0 a 0 com o Atlético-PR.
Sheik deixou no ar, também, críticas às
escolhas do clube, ao dizer que o título estava nas mãos, mas que a “plantação”
mal feita fez as conquistas escaparem.
- Deu tudo errado para todo mundo. O
título estava na mão, mas o ditado diz: "quem planta goiaba, colhe
goiaba". A gente colhe tudo o que plantou. Se fizessem (a plantação) certa
a gente era campeão brasileiro - afirmou Emerson Sheik.
Sem deixar de definir seu ano como “muito
ruim no Flamengo”, Sheik revelou que o clube quis negociá-lo, como publicado
pelo GloboEsporte.com, quando o Internacional fez proposta por empréstimo.
- Cheguei abraçando a ideia,
ganancioso, com o Muricy. Ele saiu por conta de um problema de saúde, a
mentalidade mudou e eu tive alguns problemas. Treinei durante seis meses e
joguei pouco. Todos sabem a minha opinião, não compartilho com o que foi feito
comigo. E ainda assim saí pela porta que entrei: pela frente. Respeitei ao
máximo por conta da instituição e do torcedor. Não sei por que não joguei. É
uma boa pergunta. Tenho certeza absoluta (que eu poderia jogar). Primeiro o
clube tentou me negociar, mas tinha firmado contrato e tenho obrigação de
cumprir. Eu planejei a minha vida para ficar até o fim de 2016 no Rio de Janeiro.