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Análise: Galo precisa reequilibrar investimentos para ajustar elenco

Para comentarista Henrique Fernandes, clube precisa enxugar gastos com jogadores de ataque para fortalecer o sistema defensivo: "É urgente trazer um zagueiro"

Por Belo Horizonte

Desequilíbrio. Essa foi a palavra utilizada por Marcelo Oliveira, quando deixou o comando do Atlético-MG, para avaliar o elenco do clube. Na mesma semana, o presidente Daniel Nepomuceno disse concordar com o ex-treinador do Galo em relação ao desequilíbrio e garantiu que vai corrigir o problema para a próxima temporada. Para que o problema e possíveis soluções fiquem mais claros, o GloboEsporte.com convidou o comentarista Henrique Fernandes, do SporTV para analisar o elenco atleticano e opinar sobre o tal desequilíbrio.

Diogo Giacomini dividiu os jogadores em dois grupos na Cidade do Galo, neste sábado (Foto: Bruno Cantini)Desequilibrado, elenco do Atlético-MG precisa de mudanças para 2017 (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Henrique também vê um elenco desequilibrado e aponta uma solução: baixar o custo mensal com jogadores ofensivos - e caros - e, com o dinheiro, investir em atletas que vão fortalecer a defesa atleticana. A contratação mais urgente, para ele, é a de um zagueiro.

- O Atlético tem um elenco caro e desequilibrado, o que torna o cenário ainda mais complicado. Além de baixar o custo mensal com salários, o clube tem que reequilibrar os investimentos dividindo-os melhor entre os setores do time. Para ficar claro: liberar jogadores de frente para, com a economia, conseguir trazer jogadores de defesa de qualidade. É urgente trazer um zagueiro do nível de Leonardo Silva e Gabriel - para mim, a dupla que deve iniciar a temporada no time. Erazo é uma opção interessante e um jogador que Roger Machado já conhece por ter trabalhado no Grêmio. Mas um defensor rápido tem que vir.

O desequilíbrio tem dois lados. Se faltam jogadores em determinada posição (no caso do Galo, na defesa), sobram em outra. No ataque, o time tem muitos jogadores e um grupo muito inchado. Com isso, acabam sobrando atletas que ficam encostados, o que também não é bom.

Rafael Moura Figueirense (Foto: Luiz Henrique/Figueirense FC)Rafael Moura pode cumprir um espaço importante no elenco (Foto: Luiz Henrique/Figueirense)

- Não justifica você ter dois centroavantes do nível de Fred e Pratto, sendo que a maioria dos times do Brasil sequer tem um. Três laterais direitos experientes e apenas um lateral esquerdo à disposição (Fábio Santos). Também faltam ajustes quanto às características dos jogadores. O elenco tem poucos zagueiros rápidos, falta um volante com característica de primeiro homem de meio-campo e um lateral-direito com maior capacidade de marcação. Porém, o maior excesso de jogadores no elenco está entre meias e meias-atacantes. Robinho, Cazares, Maicosuel, Luan, Otero, Clayton, Carlos Eduardo, Carlos, Hyuri... todos jogadores que competem por apenas três lugares no time titular, às vezes até dois quando se opta pelo sistema com três volantes, e mais três ou quatro vagas no banco. Sobra gente, inevitavelmente.

O que falta?

Além de um zagueiro e um volante de marcação, o Atlético-MG também precisa, segundo Henrique, de um lateral-esquerdo e um reserva para Fred no ataque (considerando, claro, uma possível saída de Lucas Pratto). A solução para este espaço, porém, pode estar no próprio grupo de jogadores que pertencem ao Galo.

- Na lateral-esquerda é importante um jogador para disputar posição de fato com Fábio Santos, já que Leonan é muito jovem. No ataque, caso Pratto seja negociado (o que pode ser extremamente importante para as finanças do clube), será necessário trazer um atacante reserva para Fred. Não tão caro quanto Fred ou Pratto, mas eficiente. Rafael Moura, voltando de empréstimo do Figueirense, pode ser esse nome.