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Sede do Mundial e casa de brasileiro: Kayke revela detalhes de Yokohama

Atacante brasileiro analisa primeira temporada no Japão, afirma que relação dos torcedores com os jogadores é mais discreta e revela que futuro está em aberto

Por Direto de Yokohama, Japão

Kayke Yokohama Marinos (Foto: Arquivo Pessoal)Kayke Yokohama Marinos (Foto: Arquivo Pessoal)

A cidade de Yokohama, uma das sedes do Mundial de Clubes da Fifa de 2016, é uma das maiores e mais importantes do Japão, com quase quatro milhões de habitantes. Famosa zona industrial do país, também tem uma ligação muito forte com o esporte, principalmente com o futebol. O time local é o Yokohama Marinos, e um dos destaques é o atacante brasileiro Kayke, ex-Flamengo. Ele conta detalhes do dia a dia na cidade e a ligação do povo com a bola. Deixa claro que sente um pouquinho do calor do torcedor brasileiro, mas garante que teve uma rápida adaptação.

- Para ser bem sincero, a torcida é muito diferente. Eu que cheguei aqui após jogar no Flamengo, não dá para comparar muito. Porque eu estava na maior torcida do mundo também. É um povo mais frio, que respeita mais seu espaço na rua. Inclusive nesse momento estou andando com minha família no shopping. O assédio é bem discreto, quando eles querem tirar uma foto ficam cercando dez minutos, pedem por favor e desculpa por incomodar. A gente sente essa diferença, respeita, mas falta um pouquinho do calor do torcedor do Brasil - afirmou Kayke ao GloboEsporte.com.

Minato Mirai Yokohama (Foto: Rodrigo Cerqueira)Minato Mirai é umas das áreas mais bonitas e visitadas de Yokohama, cidade-sede do Mundial (Foto: Rodrigo Cerqueira)


Yokohama deixou muitas lembranças para o futebol brasileiro, afinal em 2002 a Seleção conquistou o penta mundial após vencer por 2 a 0 a Alemanha na final, com dois gols de Ronaldo. São Paulo, Internacional e Corinthians também levaram o Mundial de Clubes em decisões que foram disputadas na cidade. Palco de todas essas conquistas, o Estádio Internacional de Yokohama é a casa do time de Kayke, que conta como é a experiência de conviver com tantas histórias:

- É bem gratificante estar no dia a dia do Estádio Internacional de Yokohama. É o local que meu time treina e joga, estou sempre ali. E por onde a gente passa, seja nos corredores do estádio, ou nos vestiários, tem sempre alguma coisa para lembrar da vitória do Brasil. E brasileiro aqui no Japão é muito bem recebido, até levando a consideração a Copa do Mundo e a influência do Zico aqui em sua passagem, revolucionou. No Kashima, eles sempre levam bandeiras do Zico para os jogos.

Kayke Yokohama Marinos (Foto: Arquivo Pessoal)Atacante caiu nas graças da torcida (Foto: Arquivo Pessoal)

O Yokohama Marinos não fez uma grande temporada na J-League (Campeonato Japonês), e Kayke deixa claro que para ele foi um ano de muito aprendizado. Foram oito gols em todas as competições que o time disputou, e uma avaliação positiva da transferência do Brasil para o Japão:

- Foi uma temporada de muito aprendizado, toda experiência nova a gente aprende com ela. Foi muito válido para a minha carreira vir para o Japão, porque realmente aprendi bastante, coisas diferentes e que eu não estava acostumado. O futebol japonês  é muito novo, a J-League só tem 25 anos. Antigamente era amador, se profissionalizou há pouco tempo. Comparado ao Campeonato Brasileiro, por exemplo. Eles ainda estão em um caminho de aprendizado, mas a organização é muito forte. Infelizmente, meu time não conseguiu ser campeão. Joguei muitos jogos, fiz meus gols. Não tanto como no ano passado, mas para o primeiro ano de Japão foi positivo.

Kayke Yokohama Marinos (Foto: Arquivo Pessoal)Kayke passeia com a família pelas ruas de Yokohama, no Japão (Foto: Arquivo Pessoal)

Kayke confirmou que recebeu sondagens de vários clubes, alguns do Brasil. Evitou revelar nomes, mas deixou claro que tudo pode acontecer em 2017. Ele tem contrato até 2019 com o Yokohama Marinos:

- Meu contrato vai até o final de 2019, assinei por quatro anos. Com a ideia de fazer história no clube, contrato que fez uma diferença para sair do Flamengo. Mas sabemos como é o futebol ao término dessa temporada vou sentar com meu empresário, as pessoas que trabalham comigo, e vamos conversar. Até porque recebi algumas sondagens. E vamos analisar o que vai ser melhor para minha carreira, entre parte financeira e carreira. Tenho ainda 28 anos e muito para mostrar nos grandes centros.