Edição do dia 11/12/2016

11/12/2016 08h35 - Atualizado em 11/12/2016 08h35

Mercado de bezerros vive momento de baixa em MS

Criadores estão recebendo até 20% a menos pelos animais. O motivo é muita oferta, pouca procura e a queda no consumo de carne bovina no país.

Jaqueline NaujorksCamapuã, MS

Na fazenda Bartira, os bezerros estão prontos para a venda. A propriedade, especializada na cria de animais da raça nelore fica em Camapuã. Neste ano, está fechando o ciclo de comercialização com números bem mais modestos em relação a 2015.

 

“No ano de 2014, que 2015 foi bem similar, foi em torno de R$ 1.700, R$ 1.800, de acordo com cada etapa. Nesse ano nossas médias no circuito foi em torno de R$ 1.500, R$ 1.400. Então aí dá para você ver uma diferença de um ano para o outro", fala o diretor de pecuária Levi Campanha.

Um cenário bem diferente dos últimos anos: quando o bezerro se manteve valorizado por causa do abate de fêmeas, que reduziu o número de animais de reposição no mercado.

De acordo com o indicador Esalq/BM&F Bovespa, em novembro do ano passado o bezerro era vendido a R$1.385,74. Neste ano, o valor foi de R$1232,99, uma diferença de R$152,75. A explicação para isso é muita oferta, pouca procura e a queda no consumo de carne bovina no país.

No mercado de leilões, a queda no preço também foi significativa, Murilo Borges trabalha com leilão de bezerros na região e, segundo ele, no segundo semestre, a pecuária começou a sentir os efeitos da crise econômica.

Ter menos dinheiro na economia, menos dinheiro para comprar boi, e em detrimento disso é menos boi de confinamento, menos dinheiro, menos dinheiro de financiamento, então é uma somatória”, explica Murilo.

Ruim para quem vende, bom para os compradores. É o caso do pecuarista Ivo Crozetta, que tem uma propriedade com cerca de 500 hectares em Bandeirantes, região central do estado.
“A matéria-prima de quem faz recria e engorda é o gado magro, é o bezerro, é o garrote. Ele abaixando deu condição para quem recria e engorda consiga ter uma margem mais ou menos dentro do mesmo padrão que era antes”, conta o pecuarista Ivo Crozetta.

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