16/12/2016 10h55 - Atualizado em 16/12/2016 10h55

Transexuais e Travestis podem usar nome social em universidade de MS

Resolução da UFGD permite o uso do nome social em todos documentos.
Mudança já pode ser solicitada; universidade tem 180 dias para se adequar.

Do G1 MS

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou uma resolução que garante o uso do nome social por transexuais e travestis. A mudança se estende ao tratamento oral e a todos os documentos solicitados dentro da instituição, como: histórico escolar, atestado de matrícula, certificados, listas de presença, resultados de editais e no cartão de identificação do estudante.

A mudança na instituição acompanha o decreto do governo federal publicado em abril deste ano, que reconhece o uso do nome social e a identidade de gênero de pessoas travestis ou transexuais. Na universidade, os pedidos já podem ser feitos.

“A pessoa que quer fazer o uso do nome social entra com o pedido na pró-reitoria de pós graduação, ou na pró-reitoria de graduação. Essas duas pró-reitorias, elas têm 180 dias pra se regularizarem, enquanto ao atendimento a essa solicitação, essa demanda, mas algumas coisas já começam a ser aplicadas agora”, afirma o vice-reitor da UFGD Márcio Eduardo de Barros.

Durante o desenvolvimento da resolução foi criado na UFGD o núcleo de estudos de diversidade de gênero e sexual. Fazem parte membros da comunidade universitária e civil.

“O núcleo tem a função de promover conhecimentos e fazer com que esse conhecimento circule, tanto na universidade, como na sociedade como um todo, desfazendo preconceitos, diluindo ignorâncias e por meio da educação conscientizando as pessoas dos efeitos perversos dos preconceitos”, declarou Miguel Gomes Filho, chefe do Núcleo de Diversidades da UFGD.

Nosli está no 6º semestre de pedagogia, na UFGD. A mudança de nome não foi preciso, já que o dela é unissex, mas a universitária sabe como uma simples forma de tratamento pode fazer diferença para quem é transexual ou travesti.

“Qualquer fato, qualquer medida, que venha fortalecer nós mulheres trans dentro da sociedade, já vai fazer a nossa luta, porque nós estamos falando de mulheres travestis, mulheres transexuais, que tiveram o acesso ao ensino historicamente negado dentro do país” diz a estudante Nosli de Jesus Bento.

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