Se o treino da manhã de sábado foi marcado pela chuva, o trabalho do São Paulo à tarde em Bradenton, palco da pré-temporada tricolor, teve o frio como principal inimigo dos jogadores. No primeiro dia de campo em solo norte-americano, foi possível observar o trabalho dividido entre o técnico Rogério Ceni e seus auxiliares, o inglês Michael Beale e o francês Charles Hembert – veja um trecho do trabalho no vídeo acima.
Chamou a atenção a independência mostrada pelos estrangeiros no trato com os jogadores. Beale e Hembert comandaram o trabalho dos zagueiros de um lado do campo, enquanto Ceni cuidou dos volantes, meias e atacantes do outro. Os auxiliares se esforçaram o tempo todo para falarem em português com os jogadores.
Os zagueiros foram divididos em dois grupos de três. O primeiro tinha Lugano, Douglas e Lucão. O segundo era formado por Breno, Maicon e Rodrigo Caio. Eles primeiro iam até a entrada da área para rebater uma bola de cabeça. Depois, corriam para dentro e afastavam os cruzamentos feitos pela direita e pela esquerda. Beale mostrou ter autoridade e gesticulou bastante, puxando jogadores e corrigindo posicionamentos.
Do outro lado, o campo tinha obstáculos. Os volantes iniciavam as jogadas e tocavam a bola para os meias, que faziam o drible e chutavam a gol. No lance seguinte, os atacantes recebiam a bola e finalizavam. Ceni ficava praticamente grudado nos atletas: como no treino da manhã, corria com eles, simulava que estava marcando, falava e gesticulava muito. Incentivava quem errava e aplaudia quem acertava.
A postura foi muito elogiada pelo lateral-direito Buffarini, que conversou com os jornalistas após a última atividade.
– O início está sendo muito bom para nós, jogadores. Estou muito contente. O Rogério é um treinador que motiva muito. Sabemos o que ele representa para o São Paulo. É bom para trabalhar e aprender. Todos os trabalhos são dinâmicos, um jogador contra o outro. É muito bom para o jogador ter um treinador que sabe como lidar com um time, como falar com um atleta. Temos que aproveitar porque tanto ele como os auxiliares trabalham muito bem – afirmou o jogador.
Buffarini também brincou com o fato de os auxiliares estrangeiros estarem se esforçando para falar o português no contato com os atletas – o francês Hembert já fala bem melhor que o inglês Beale.
– Faz pouco tempo que eles estão no Brasil e temos que nos adaptar a eles. No futebol, sempre é possível entender. Além disso, o Michael (Beale) fala português melhor que nós, estrangeiros, que já estamos aqui faz tempo – disse o argentino, rindo bastante.