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Documentário de João Moreira Salles engrossa lista de filmes brasileiros no Festival de Berlim

'No intenso agora' mostra reflexão política pessoal sobre acontecimentos dos anos 1960
Cena de 'No intenso agora', novo documentário de João Moreira Salles Foto: VideoFilmes / Divulgação
Cena de 'No intenso agora', novo documentário de João Moreira Salles Foto: VideoFilmes / Divulgação

RIO — O novo filme de Joao Moreira Salles, "No intenso agora", vai participar da mostra Panorama Dokumente, no Festival de Berlim. O documentário, narrado em primeira pessoa, justapõe imagens de quatro eventos históricos dos anos 1960.

Nele, estão registros da revolta estudantil francesa em maio de 68; vídeos amadores durante a repressão da Primavera de Praga; filmagens do enterro de estudantes, operários e policiais mortos durante revoltas em Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro; e cenas que uma turista – a mãe do diretor – filmou na China em 1966, ano em que se implantou no país a Revolução Cultural.

“Dez anos separam 'No intenso agora' de 'Santiago'", lembra o diretor. "Apesar da distância, tenho a impressão de que são filmes aparentados. Não me refiro apenas ao aspecto pessoal dos documentários, mas também ao modo como eles foram realizados. Os dois são essencialmente filmes de arquivo, nascidos na ilha da edição. Santiago surgiu do trabalho de três pessoas de três gerações diferentes – Eduardo Escorel, eu e Lívia Serpa –, que, ao longo de meses, construíram o filme a partir da reflexão que fizemos sobre a natureza do material bruto que havíamos reunido. No intenso agora nasceu do mesmo jeito, mas com Laís Lifschitz no lugar de Lívia. A diferença é que levou mais tempo – não meses, mas anos. E também, que de uma forma não muito clara para mim, Santiago talvez seja sobre o pai, enquanto No intenso agora é sobre a mãe”.

A produção francesa "Belinda", de Marie Dumora, vai abrir o Panorama Dokumente. O filme acompanha a vida de duas meninas da etnia Yenish, povo nômade da Europa que sofre preconceito há séculos.

Veja a programação completa da Panorama Dokumente

"Belinda", de Marie Dumora (França)

"Bones of Contention", de Andrea Weiss (EUA)

"Chavela", de Catherine Gund, Daresha Kyi  (EUA)

"Denk ich an Deutschland in der Nacht", de Romuald Karmakar (Alemanha)

"Dream Boat", de Tristan Ferland Milewski (Alemanha)

"Erase and Forget", de Andrea Luka Zimmerman (Reino Unido)

"Fünf Sterne', de Annekatrin Hendel (Alemanha)

"Istiyad Ashbah", de Raed Andoni (França / Palestina / Suíça / Catar)

"Mein wunderbares West-Berlin", de Jochen Hick (Alemanha)

"No Intenso Agora", de João Moreira Salles (Brasil)

"El Pacto de Adriana", de Lissette Orozco (Chile)

"Revolution of Sound. Tangerine Dream", de Margarete Kreuzer (Alemanha)

"Strong Island", de Yance Ford (EUA / Dinamarca)

"Tahqiq fel djenna", de Merzak Allouache (França / Argélia)

"Tania Libre", de Lynn Hershman Leeson (EUA)

"Casting JonBenet", de Kitty Green (EUA / Austrália)

"Combat au bout de la nuit", de Sylvain L’Espérance (Canadá)

"I Am Not Your Negro", de Raoul Peck (França / EUA / Bélgica / Suíça)

"Política, manual de instrucciones" Fernando León de Aranoa (Espanha)

"Ri Chang Dui Hua", de Hui-chen Huang (Taiwan)

"Untitled", de Michael Glawogger e Monika Willi (Áustria / Alemanha)