A pedra de 70 toneladas se moveu no fim da noite de sexta-feira (27), após quase 10 dias seguidos de chuva na cidade. Todos os moradores da vizinhança estavam dentro de casa e saíram depois que ouviram um barulho forte. A rocha tinha atingido um carro e o alarme disparou.

Questionado se há riscos, o coordenador da Defesa Civil da cidade, Silvano Tognocchi, disse: “[Há] algum risco, sim. Mas não como antes. Nós pedimos a todos que durante o dia fiquem longe das casas próximas”.

Até ter certeza de que a pedra não voltaria a rolar, a Defesa Civil chegou a interditar seis casas. Uma empresa de demolição contratada às pressas já começou a trabalhar.

Este foi um risco que poderia ter sido evitado há sete anos, quando a rocha já ameaçava o lugar. Um morador reclamou e, em fevereiro de 2010, a Prefeitura abriu um processo urgente para remover a pedra.

Em julho de 2011, o diretor de obras fez um relatório alertando: "Existe um risco muito grande da pedra rolar. Caso isso venha a acontecer haverá um prejuízo grande, inclusive com perda de vidas".

O tempo passou, mudou o prefeito e, em setembro de 2015, o processo de remoção foi arquivado. A rocha, porém, continuou lá. Agora o novo prefeito da cidade, Josué Ramos, disse que vai resolver. “Hoje nós começamos a operação de retirada não só dessa, mas nas outras duas pedras também que são consideradas de risco.”

As rochas vão ser cortadas em vários pedaços. Quem mora no caminho abaixo da pedra, nem dorme direito. “Hoje eu nem vou dormir em casa, porque não foi resolvido ainda nada”, disse a moradora Laudiza Inês de Oliveira. “A pedra está do mesmo jeito, né. E não deu tempo. Eu vou dormir por aí, na casa das minhas amigas.”

A produção do SPTV procurou a gestão passada de Vargem Grande Paulista, que arquivou o processo de retirada, mas não obteve resposta.