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Ex-boxeador, Cleber promete paz no Santos: "Só se precisar me defender"

Novo zagueiro do Peixe chegou a disputar competições de boxe durante a adolescência na Bahia. Mas uma pelada mudou os rumos de sua vida

Por Santos, SP

Cleber - zagueiro do Santos (Foto: Gabriel dos Santos)Cleber tinha o sonho de ser boxeador na adolescência (Foto: Gabriel dos Santos)

A contratação mais cara do Santos nos últimos anos não sonhava em ser jogador de futebol, mas sim em ser boxeador. Contratado por pouco mais de R$ 7 milhões, Cleber chegou a disputar competições em ringues da Bahia na adolescência entre os 12 e 15 anos.

O zagueiro amava o boxe e se inspirava em nomes como Mike Tyson e Maguila. Mas uma pelada mudou a sua vida. Cleber se destacou em um jogo em São Francisco do Conde, na Bahia, a sua cidade natal, e chamou a atenção de um olheiro. O seu destino foi o Legião FC, de Brasília, aos 16 anos.

– Comecei boxe com 12 anos. Lutei boxe por três anos e pouco, disputei competições amadoras, amava isso. Amo ainda. É um esporte maravilhoso. Mas aí gostaram de mim em uma pelada e eu fiz a primeira viagem no futebol e parei com o boxe. Aí hoje estou tranquilo. Boxe ficou no lazer – disse Cleber ao GloboEsporte.com.

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O atleta de 26 anos e 1,83m de altura ainda pratica a luta e vai procurar por uma academia em Santos, mas garante que é da paz. Ele só vai lembrar de suas habilidades se precisar se defender ou defender algum companheiro.

– Se preocupa não que eu ainda treino. Tenho os macetes. Estou brincando! Pode me zoar, não sou agressivo. Sou um cara da paz, tranquilo, não procuro confusão. Só na hora que precisa. Se precisar defender, estamos aí. Senão, fico quieto e ajudo a apaziguar – explicou o defensor. 

Cleber - zagueiro do Santos (Foto: Reprodução)Publicação alemã mostra o lado boxeador de Cleber (Foto: Reprodução)

Um episódio no início da carreira fez com que Cleber prometesse a si mesmo que iria esquecer do boxe enquanto joga futebol. Ele agrediu um rival do XV de Piracicaba enquanto atuava pelo Paulista de Jundiaí, time paulista em que se profissionalizou.

– Era um jogo-treino do Paulista contra o XV. E o atacante me deu um tapa no rosto, rapaz. Falei que era a coisa mais errada da vida dele. Aí ele acordou depois de uma hora. Depois disso não levantei a mão para ninguém. Me arrependi, pedi desculpas e agora sou tranquilão – lembrou.

Sem perrengues

Depois de ficar mais de dois anos no Hamburgo, da Alemanha, a adaptação ao Santos está sendo tranquila para Cleber. A experiência fora do Brasil o deixou calejado. E só de ter arroz e feijão as coisas já ficam bem mais fáceis.

Uma das dificuldades do zagueiro na Alemanha foi a alimentação. Logo que chegou ao Hamburgo, ele foi em um restaurante e pediu o prato mais caro do cardápio. Quando o garçom trouxe a refeição, era queijo. Três pedaços de queijo.

– Depois desse perrengue do queijo na Alemanha, eu me desiludi e comecei a estudar. Aprendi um pouco o que era cada comida e só dei bote certo. Aprendi o que tinha que pedir e era bala e fogo. Rapidinho. Agora no Brasil é mamão. Tudo fácil – brincou.

– Já estou próximo de todo mundo. Entrosando rapidão. Estou morando sozinho, mas eu cozinho, né? Relaxa que eu manjo. Já encontrei um restaurante fera com prato feito. Arroz, feijão, farinha, ovo e um bifão grandão. Quero mais nada! – completou, bem humorado. 

Cleber Santos (Foto: Lucas Musetti)Cleber foi a contratação mais cara do Santos nos últimos anos (Foto: Lucas Musetti)