Política

FAB nega informações sobre custo das viagens de autoridades

FAB nega informações sobre custo das viagens de autoridades

Ministério Público Federal vai cobrar novas explicações do governo. Comissão de Ética decide desmembrar investigação da farra dos jatinhos
da FAB

ALANA RIZZO
30/01/2017 - 19h34 - Atualizado 31/01/2017 14h53

O Ministério Público Federal vai reiterar o pedido de informações sobre o custo das viagens de autoridades nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). O governo afirma que os dados estão protegidos por sigilo e foram enquadrados na classificação de “Reservado” por causa do caráter estratégico. Segundo a Lei de Acesso à Informação, o grau tem sigilo de cinco anos. Desde o ano passado, a Procuradoria da República no Distrito Federal investiga a farra dos voos da FAB por ministros do governo.


O inquérito civil público, no entanto, não alterou a rotina dos pedidos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por exemplo, continua requisitando viagens nas aeronaves da FAB alegando “segurança”. O dispositivo garante prioridade nos voos, segundo o Decreto nº 4.244/2002. Em nota, o ministério alega que Meirelles trata de “reformas sensíveis”. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também justifica como “segurança” o uso dos jatos oficiais para passar o fim de semana em Porto Alegre.

O Comando da Aeronáutica enviou no dia 20 de janeiro a lista de viagens realizadas nas aeronaves oficiais entre maio e outubro de 2016, além de cópias com os pedidos de transporte feitos pelas autoridades. O material está sendo analisado pela Procuradoria. Os investigadores querem saber se a liberação dos voos atende aos requisitos legais e se os ministros estão usando as aeronaves para fins pessoais. O transporte de autoridades é coordenado pelo gabinete do comandante da Aeronáutica. A Pasta informou que não tem acesso à agenda das autoridades e apenas requisita trechos, horário da viagem, número de integrantes da comitiva e situação da viagem (segurança, emergência médica, serviço, deslocamento para a residência).

O presidente Michel Temer, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, e Dyogo Oliveira, do Planejamento, recebe jornalistas durante café da manhã no Palácio da Alvorada (Foto: Marcos Corrêa/PR)

A Comissão de Ética da Presidência da República também fechou o cerco contra a farra dos jatinhos. Os conselheiros decidiram desmembrar o processo que envolve 21 ministros. Segundo a comissão, o objetivo é analisar caso a caso e delimitar a conduta de cada autoridade. Ela vai requisitar novas informações ao Ministério da Defesa e quer garantir que não haja brechas legais para uso da aeronave para finalidades pessoais.








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