A França está de volta ao topo do mundo do handebol. Depois
de verem o tri olímpico escapar na final dos Jogos do Rio de Janeiro diante da
Dinamarca, os franceses contaram com o apoio de 15 mil torcedores na Arena de
Paris para superar a Noruega por 33 a 26 na decisão do Mundial, neste domingo. De
forma invicta, os Bleus conseguiram defender o título conquistado no Catar em
2015 e faturaram o hexacampeonato mundial.
Uma das maiores potências do handebol, a França confirmou o
favoritismo disputando o Mundial em casa, se isolando ainda mais como maior
campeão da história dos Mundiais – Suécia e Romênia têm quatro títulos cada.
Na final deste domingo, o time dos astros Nikola Karabatic,
Daniel Narcisse e o goleiro Thierry Omeyer - juntos eles têm quatro títulos de
melhor jogador do mundo - teve dificuldade no primeiro tempo contra a jovem
seleção norueguesa, que chegou à decisão pela primeira vez. Os Bleus
deslancharam no segundo tempo e não deixaram mais os visitantes ameaçarem a
conquista do hexa.
Karabatic foi o artilheiro da final, com seis gols. Ele também foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) do Mundial. A França teve também dois jogadores na seleção da competição: o goleiro Vincent Gerard e o armador direito Nedim Remili. Os noruegueses ficaram com a prata, mas tiveram três jogadores na seleção da competição: Sander Sagossen (armador esquerdo), Kristian Bjornsen (ponta direita) e Bjarte Myrhol (pivô). Completaram o time das estrelas o croata Domagoj Duvnjak (central) e o sueco Jerry Tollbring (Suécia). Kiril Lazarov foi o artilheiro do Mundial com 50 gols, mesmo a Macedônia parando nas oitavas de final.
O bronze ficou nas mãos da Eslovênia, que no sábado arrancou uma virada sobre a Croácia na disputa do terceiro lugar e venceu por 31 a 30. Foi a primeira vez que o país chegou ao pódio do Mundial. O Brasil, por sua vez, fechou a competição na 16ª colocação depois de perder por 28 a 27 da Espanha nas oitavas de final.
A FINAL
Os 15 mil franceses pintaram de azul a arquibancada da arena
de Paris e cantaram em coro a Marsellesa, o hino do país. No entanto, os jovens
noruegueses não deixaram se abater pelo ambiente favorável aos anfitriões. Os
visitantes montaram uma forte defesa e encaixaram o ataque, apostando nas bolas
dos pontas e na força dos chutes dos armadores Tonnesen e Lie Hansen. Assim os
noruegueses abriram três gols (10 a 7) r mantiveram a vantagem por boa parte do
primeiro tempo.
Com um forte jogo coletivo, a França tinha dificuldade em encontrar
espaços na defesa norueguesa e acabou fazendo mais gols em cobranças de sete
metros nos primeiros minutos. Só que aos poucos a experiência dos campeões
mundiais foi fazendo a diferença. Valentin Porte saiu da ponta para a armação e
comandou a reação junto com os astros Daniel Narcisse e Nikola Karabatic, que
já levaram o prêmio de melhor jogador do mundo. Em uma roubada de bola, a
França virou o jogo no último segundo do primeiro, com um contra-ataque finalizado
por Porte: 18 a 17.
Embalados pela virada, os franceses começaram com tudo o
segundo tempo, pararam o ataque norueguês e abriram rapidamente cinco gols de
vantagem (24 a 19), utilizando bastantes os pivôs Sorhaindo e Fabregas. A
Noruega não jogou a toalha, mas não conseguiu mais se aproximar do placar. A
França pôde rodar bastante seu forte time e viu a vantagem aumentar aos poucos.
A torcida cantava a Marsellesa à capela, ditando o ritmo dos Bleus nos dez minutos
finais. A festa azul já estava montada antes mesmo de o placar fechar em 33 a 26. Em casa, a França celebrou o hexacampeonato mundial.