O piloto do avião que transportava o ministro Teori Zavascki, Osmar Rodrigues, o Mazinho, já havia aterrissado no aeroporto de Paraty em condições piores, relataram pessoas que o conheciam. Segundo o empresário e colaborador do aeroporto Elber Dedini, Mazinho também era visto como um piloto “extremamente experiente”. No momento em que a aeronave se aproximou do local, chovia muito, e a visibilidade “era zero”, afirmam testemunhas.
A operação de decolagem e aterrissagem nas duas pistas do aeroporto de Paraty é realizada de forma totalmente visual, uma vez que não há controladores de voo nem torre de comando. Cabe aos pilotos avaliar as condições durante os procedimentos de subida e descida.
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A aeronave King Air C90, de Carlos Alberto Filgueiras, dono do hotel Emiliano, surgiu no céu próximo ao aeroporto, por trás da Serra de Paraty, por volta de 13h35 desta quinta-feira (19). Segundo testemunhas ouvidas por ÉPOCA nas redondezas do aeroporto, naquele momento a aeronave vinha em trajetória aparentemente normal, dando indícios de ter escolhido a chamada cabeceira 28, a pista que estaria à esquerda no campo de visão do piloto. Aos pilotos que escolhem tal pista, o procedimento-padrão era voar em trajetória ao lado da pista e fazer a avaliação visual das condições de voo, em uma manobra chamada “perna do vento”, seguir adiante e, mais à frente, retornar já descendo.
Era esperado, então, que Mazinho fosse até a altura de uma ilha na Baía de Angra, a contornasse duas vezes suavemente e voltasse já aterrissando. O que deu errado, segundo relatos de pessoas que viram a queda do avião, foi que, neste momento, a aeronave teria inclinado demais e a asa, então, teria batido no mar.
“O avião não parecia ter qualquer problema. Aproximou-se normalmente do aeroporto. Ouvíamos o barulho do avião e ficamos aguardando a volta, já para o pouso. De repente, o barulho parou. Achávamos que o avião tinha decidido ir para outro aeroporto, devido às condições ruins”, afirmou José Guilherme Barbosa, vizinho do aeroporto.
Cerca de 15 minutos depois, a Capitania dos Portos fez contato com o aeroporto para saber quantas pessoas havia na aeronave. Àquela altura, a autoridade marítima acreditava que o avião tivesse decolado de Paraty. Filgueiras costumava vir a Paraty quase todos os finais de semana, há mais de duas décadas, segundo vizinhos ao aeroporto que o conheciam. Mazinho era seu piloto de longa data.
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O movimento de aviões e helicópteros no aeroporto de Paraty costuma ser mais intenso entre sexta-feira e segunda-feira (com quatro ou cinco pousos e decolagens por dia). Cerca de 80% do tráfego de aviões é proveniente de São Paulo. De terça a quinta, costuma haver um ou dois pousos e decolagens por dia. Na quinta-feira, na quarta e na terça desta semana houve somente um pouso registrado por dia. O desta quinta-feira ocorreu duas horas depois da queda do King Air.
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O aeroporto de Paraty é um empreendimento considerado “básico”, pertencente à prefeitura de Paraty. Em 2012, a prefeitura quis fechá-lo, mas empresários com casas na região reuniram-se para arcar com as despesas básicas de seu funcionamento – cerca de R$ 30 mil mensais.