Por G1 PE


Agência do Bradesco ficou destruída em Amaraji — Foto: WhatsApp Rede Globo

Moradores de Amaraji, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, distante 96 quilômetros do Recife, tiveram uma participação decisiva na prisão de um suspeito de integrar o grupo responsável pela explosão de duas agências bancárias na cidade, na quinta-feira (19). A Polícia Civil de Pernambuco informou, na manhã desta segunda-feira (23), que conseguiu prender um homem a partir de informações repassadas por testemunhas sobre um carro que circulou no Centro do município, um dia antes da ação criminosa.

De acordo com o delegado Vinícius Notari, adjunto da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto, o suspeito está ligado ao processo de levantamento de informações sobre a movimentação nas agências bancárias. É um trabalho realizado pelos bandidos para preparar o crime.

Para o delegado, a movimentação de pessoas estranhas despertou a atenção dos moradores de Amaraji, cidade que tem cerca de 20 mil habitantes. “Eles notaram um carro Fox circulando no Centro, com trê sou quatro pessoas desconhecidas e anotaram as placas”, informou.

Com essa informação, segundo o delegado, foi possível rastrear o veículo na região. O carro acabou sendo interceptado na Rodovia PE-63. De imediato, a polícia detectou que o automóvel tinha adulteração de placas e números de chassis impressos nos vidros.

“O suspeito estava com R$ 1.200 e não soube dizer a origem do dinheiro. Descobrimos que ele tinha mandados de prisão em aberto por um triplo homicídio e um duplo assassinato”, observou o policial.

Ao aprofundar a investigação, a polícia descobriu que o mesmo carro tinha sido usado na preparação de outro crime, no interior. Seria um assalto a um mercado.

“Ele vai ser autuado por receptação e adulteração de informações do carro, além do uso de documento falso. Também confessou ter envolvimento com tráfico”, afirmou. O delegado ressaltou, ainda, que a polícia investiga a participação dele em crimes como venda e aluguel de armas e em outros assaltos.

Balanço

Em 2016, de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, foram feitas 117 prisões de suspeitos de envolvimento em crimes contra bancos. Desse total, 56 teriam ligações em ações com o uso de explosivos.

O delegado Paulo Berenguer, do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), informou que as quadrilhas usam o dinheiro retirado das agências para reinvestir em outros crimes. “Eles compram armas, drogas e carros adulterados”, comentou.

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