Por Gustavo Garcia e Renan Ramalho, G1 — Brasília


O ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, participa de sabatina na CCJ do Senado após ser indicado para o STF — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira (21), durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que são "criminosos" os vazamentos de delações premiadas. Moraes defendeu ainda que esse tipo de prática precisa ser investigada porque pode "macular" a imagem das pessoas.

Moraes é sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado desde as 10h15 desta terça; ACOMPANHE AO VIVO.

Moraes foi indicado pelo presidente Michel Temer para substituir no STF Teori Zavascki, que morreu no mês passado após acidente aéreo. Para tomar posse, o ministro licenciado da Justiça ainda precisa ter o nome aprovado pelo plenário do Senado, após sabatina na CCJ.

"Vazamento de informações é um vazamento criminoso. Sejam seletivos ou não-seletivos, a legislação não permite. [A lei] Expressamente estabelece que as colaborações premiadas só serão divulgadas após o recebimento da denúncia", disse Alexandre de Moraes aos senadores.

Moraes diz que colaborações premiadas estão sendo feitas de maneira eficaz

Moraes diz que colaborações premiadas estão sendo feitas de maneira eficaz

O ministro licenciado da Justiça disse ainda que vazamentos de informações "precisam ser investigados" porque, na opinião dele, "podem macular a honra de alguém".

"Depois [dos vazamentos], nós sabemos que jamais há o retorno à situação anterior", acrescentou.

Projeto para por fim ao sigilo

Atualmente, tramita no Senado uma proposta do presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), que veda o sigilo sobre investigações e processos contra políticos e agentes públicos.

Jucá é investigado na Lava Jato e citado em delações. O projeto apresentado por ele proíbe que o juiz responsável pelo caso decrete sigilo nos casos de crimes contra a administração pública, crimes de responsabilidade, infrações penais praticadas por agentes públicos e atos de improbidade administrativa.

Medidas contra corrupção

Alexandre de Moraes declarou ainda ser contrário a três propostas que estão no pacote de medidas contra a corrupção, elaborado pelo Ministério Público e avalizado por mais de dois milhões de assinaturas.

Em resposta à senadora Regina Sousa (PT-PI), o indicado disse que não concorda com a medida que prevê teste de integridade, no qual um agente público disfarçado poderá oferecer propina para uma autoridade suspeita; se ela aceitar, poderá ser punida na esfera administrativa, penal e cível.

Moraes também se declarou contrário à medida que restringe o acesso de presos ao habeas corpus; e se posicionou contra a medida que flexibiliza o uso de provas ilícitas em processos.

No entanto, Alexandre de Moraes disse que considera o pacote de propostas “interessantíssimos” e contou que assinou o documento do Ministério Público.

“Assinei as 10 Medidas por entender que a iniciativa é interessantíssima, a iniciativa de envolver a população, a iniciativa popular para discutir mecanismos, aprimoramento de mecanismos contra a corrupção”, opinou o indicado.

Trechos da sabatina

Ao longo da sabatina, Alexandre de Moraes também falou sobre outros assuntos. Veja abaixo:

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1