Mundo

Deputados belgas rejeitam proposta de acabar com cerveja no Parlamento

Bebidas alcoólicas são distribuídas gratuitamente durante as sessões

Linha de produção da cerveja Stella Artois, uma das mais tradicionais da Bélgica
Foto: PAUL O'DRISCOLL / Bloomberg News
Linha de produção da cerveja Stella Artois, uma das mais tradicionais da Bélgica Foto: PAUL O'DRISCOLL / Bloomberg News

BRUXELAS — Na terra de Tintin, dos bares sem hora para fechar e dos waffles, outra tradição se destaca: a cerveja. A paixão dos belgas pela bebida é tão grande que chegou até o Parlamento, onde, desde dos anos 90, os deputados recebem cervejas e vinhos de forma gratuita durante as sessões. A justificativa? Limitar a saída dos parlamentares para pegar bebidas.

Porém, um comitê de ética apresentou uma proposta ao líder da câmara, Siegfried Bracke, para que proibisse a distribuição durante as reuniões. O órgão argumenta que o mau comportamento de alguns políticos poderia se reduzir consideravelmente sem acesso ao álcool. A mudança, segundo eles, “aumentaria a qualidade do debate”.

Para Donny Pieters, do comitê de ética, “alguns membros da câmara tendem a ficar desagradáveis após beberem”, notando que não é comum no país que ambientes de trabalho tenham bebidas alcoólicas liberadas.

Mas Bracke, após reunião com outros líderes partidários, decidiu rejeitar a proposta na última sexta-feira, argumentando que era “um problema inexistente”.

A cerveja e o vinho foram introduzidos há quase três décadas no Parlamento, quando o então presidente da casa, Herman de Croo, observou que muitos deputados se ausentavam dos debates para tomar alguma coisa nas cafeterias e bares ao redor do prédio.

A Bélgica possui hoje 180 cervejarias próprias.