Por Marco Antônio Martins, G1 Rio


MPF diz que Cabral administrava fortuna ilegal com 12 contas e 7 bancos; veja como funcionava o esquema

MPF diz que Cabral administrava fortuna ilegal com 12 contas e 7 bancos; veja como funcionava o esquema

A cada fase da Lava Jato no Rio – com a Operação Mascote, deflagrada nesta quinta-feira (2), já foram cinco –, os procuradores da República e os policiais federais envolvidos na investigação avaliam que descobriram apenas uma pequena parte da fortuna que o ex-governador Sérgio Cabral reuniu em pouco mais de sete anos de governo. Dos cerca de R$ 340 milhões encontrados até o momento, R$ 250 milhões já foram repatriados e estão depositados em uma conta judicial.

"A investigação sobre o grupo de Sérgio Cabral ainda está no início. A informação inicial de que ele recebia 5% por obra realizada no estado do Rio dá um indicativo de que há muita coisa a ser apurada", afirmou o procurador Sérgio Pinel, um dos integrantes do Ministério Público Federal (MPF) da força-tarefa da Lava Jato no Rio.

A afirmação reforça a declaração do também procurador Leonardo Cardoso Freitas, de que o patrimônio dos "membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado". O ex-governador está preso desde novembro.

Dos US$ 101 milhões repatriados, há pouco mais de US$ 1 milhão em diamantes. Desse total, US$ 80 milhões pertenciam a Sérgio Cabral. O restante do dinheiro, segundo os delatores Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, operadores financeiros do esquema, pertenceriam ao ex-secretário de governo Wilson Carlos Carvalho e a Carlos Miranda, outro operador de Cabral. Tanto Wilson Carlos quanto Miranda estão presos.

Procurador diz que patrimônio de Sérgio Cabral é 'oceano' ainda não totalmente conhecido

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Os investigadores ainda esperam pouco mais de 1 milhão de euros em diamante esperando para repatriação em bancos europeus. Além dos R$ 250 milhões já repatriados e convertidos em moeda nacional, outros R$ 20 milhões em multas foram pagos pelos doleiros Renato e Marcelo, que segundo o MPF operavam uma espécie de "banco" criado pela organização criminosa para gerir os gastos diários do ex-governador.

Planilha de gastos
Os investigadores estão agora tentando identificar os dados de uma planilha apresentada pelos irmãos Chebar durante a delação premiada. São 31 páginas, que detalham os gastos pessoais do ex-governador. Entre 1º de agosto de 2014 e 10 de junho de 2015 ocorreram 1.553 operações financeiras, entre créditos e débitos, que movimentaram ao todo de R$ 39 milhões.

Os advogados de Sérgio Cabral não responderam às solicitações do G1.

Imagem mostra Cabral com uniforme da Seap e de cabeça raspada, em novembro — Foto: Reprodução

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