A morte do
botafoguense Diego Silva dos Santos no entorno do Engenhão segue impactando o
futebol carioca. Aos 28 anos, Diego foi mais uma vítima da briga entre
torcedores organizados, desta vez entre Botafogo e Flamengo. A reportagem do
Esporte Espetacular relata o drama de quem viu a confusão de perto, mostra as
atitudes do Ministério Público, polícias civil e militar e dos clubes cariocas após
o ocorrido, e revela um detalhe do laudo da morte de Diego. O documento aponta
que ele não morreu vítima de um disparo de arma de fogo, como se pensava antes,
e sim, por perfuração de objeto cortante. (clique o vídeo e veja a reportagem)
Diego foi
socorrido por torcedores do Botafogo, mas morreu no Hospital Salgado Filho. A
investigação do crime está a cargo do delegado Fábio Cardoso, da delegacia de
homicídios.
- A DH tem equipes que estão desde a noite de domingo na região do
Engenhão trabalhando nessa investigação, buscando ouvir testemunhas, já ouvimos
algumas e vamos ouvir mais. Conseguimos fotos e imagens que estão sendo
utilizadas pra que se possamos identificar a dinâmica completa dessa briga que
ocasionou a morte do Diego, e obviamente identificar todos os envolvidos nesse
assassinato.
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Segundo a
investigação da delegacia de homicídios, duas brigas aconteceram nessa esquina.
A segunda delas, bem mais violenta, foi quando Diego foi assassinado. E ao
contrário do que foi noticiado durante a semana, a causa da morte não foi um
tiro.
- Inicialmente
diante de várias fotografias e áudios, que foram divulgados por redes sociais,
acreditava-se que o Diego tinha sido morto a tiros. Mas não foi. A DH já conseguiu evidenciar, com base em tanto em provas
periciais, laudo de necropsia, como provas testemunhais, que, na verdade, o
Diego foi morto, foi perfurado, foi agredido, por um espeto de churrasco, que
foi o que causou a morte dele.
O laudo do
IML (Instituto Médico Legal) diz que Diego morreu de hemorragia interna e externa
e que ele foi ferido por um objeto perfurante, exatamente o espeto citado pelo
delegado.
- A torcida
do Botafogo chegou ao Engenhão por volta das 17 horas, e ocorreu inicialmente
uma primeira briga contra torcedores do Flamengo. E essa briga foi evitada,
apartada, e posteriormente uma outra briga entre torcedores ocorreu por volta
das 18 horas. E foi quando então esses torcedores do Flamengo vieram armados com
pedras, paus, ferros e então ocorreu essa briga com torcedores do Botafogo. Alguns torcedores do Botafogo, que estavam em um número bem menor,
fugiram. O Diego foi agredido por um marginal disfarçado de torcedor, e foi várias
vezes golpeado na região torácica, no peito com um espeto de churrasco, o que
acabou acarretando a morte.
Erivaldo,
que trabalhava como churrasqueiro na frente de um bar, conta que não teve tempo
de retirar quase nada em meio a confusão.
- Não deu tempo nem de tirar a churrasqueira. Só deu tempo de
fechar as portas e largar. E nos prevenir de uma coisa pior. Porque talvez se
eu tivesse até ficado, talvez não estaria nem contando essa história agora pra
vocês. A churrasqueira ficou do lado de fora com tudo, com carne, com tudo.
Eles levaram tudo, quebraram tudo, um prejuízo bem pesado. Eles levaram as
carnes. Quebraram balança. Todos os utensílios eles carregaram. Os utensílios
como faca, essas coisas, eu consegui tirar. Tirar essas coisas, espeto ainda
consegui tirar, mas as carnes que estavam em cima da coisa, eles levaram tudo,
destruíram tudo.