A GL Events anunciou publicamente que estava deixando a disputa pela compra da atual concessão de administração do Maracanã, que também conta com a Lagardère como interessada, como adiantou o blog do Lauro Jardim . No entanto, ela não comunicou oficialmente a Maracanã S.A. (Odebrecht e AEG) que não quer mais administrar o estádio. A empresa fez uma pressão pública, já que sabe ser a favorita de Flamengo e Fluminense, para que a Odebrecht diminua as garantias jurídicas. Funcionou. As partes vão se encontrar nesta quinta-feira, para voltar a discutir os termos do contrato.
A GL Events é a favorita da Odebrecht para vencer a disputa e que tinha a negociação mais avançada. A empresa francesa, que já administra a Arena Multiuso do Rio (HSBC Arena) e o Riocentro, possui mais garantias financeiras e, por isso, estava perto de fechar o negócio.
Na última segunda-feira, executivos da empresa acharam que iam fechar o negócio, mas segundo fontes ligadas à empresa, a Odebrecht teria mudado as garantias jurídicas o que fez com que o acerto andasse não evoluísse. Fontes ligadas da Odebrecht confirmam o desentendimento em relação à forma de pagamento dos cerca de R$ 60 milhões que a GL Events pagará caso de fato vença a concorrência.
As duas partes conseguiram se acertar quanto ao pagamento de R$ 20 milhões – segundo analise da própria empresa – em obras e ajustes que o Maracanã precisa passar para voltar a ficar em condições perfeitas de funcionamento. Parte dessa conta será repassada pela empresa que assumir para o Comitê Rio-2016, que deixou pendencias após usar para os Jogos Olímpicos do Rio. Além disso, é preciso reparar a degradação que o estádio sofreu até agora.
MARACANÃ VAI TER JOGO DA LIBERTADORES
Na quinta-feira, o diálogo será retomado entre as partes e o negocio promete seguir. A Odebrecht quer se livrar do Maracanã o mais rápido possível da administração do estádio. Mas, antes terá abrir o Maracanã para que Flamengo faça a partida contra o San Lorenzo, no dia 8 de março. O clube será responsável por toda a operação do estádio.
Procurado para falar dessa possível saída do concorrente, o governo do estádio disse, em nota não se envolver nas negociações: "A decisão final, sobre o repasse do controle acionário da concessão do estádio, é da Concessionária Maracanã S.A. A negociação é privada, portanto, para o governo, o número de interessados não influencia. Depois que a Odebrecht definir a empresa com a qual pretende negociar, ela terá que formalizar o pedido de transferência do controle acionário com o Estado. Esse pedido será analisado pelo governador que decidirá, dentro dos critérios de conveniência e oportunidade do interesse público, se autoriza a transferência do controle acionário da concessionária para a nova empresa".
A Odebrecht tem pressa porque o processo todo é lento. Depois de acertada a venda, a empresa compradora tem um mês para avaliar todos o contratos, fazer suas vistorias e apenas depois disso, assinar o contrato. Ou não. Com medo de que o processo possa falhar, o governo não cancelou o pedido de nova licitação. O estudo de viabilidade econômica, feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que seria base para a nova concorrência com a participação dos clubes está pronto há 15 dias. O governo só o lançaria o edital caso a comprar demore ou não aconteça. O processo é lento e custoso para o governo.