25/02/2017 20h20 - Atualizado em 25/02/2017 20h20

Após soltura de Bruno, advogado de Macarrão pede liberdade do cliente

Ele entrou com pedido no STF pedindo que cliente também fosse beneficiado.
Macarrão cumpre pena no Presídio Pio Canedo em Pará de Minas.

Anna Lúcia SilvaDo G1 Centro-Oeste de Minas

23.nov.2012 -  Luis Henrique Ferreira Romão - o Macarrão -olha para a câmera ao ser fotografado no Fórum de Contagem (Foto: Maurício Vieira / G1)Luis Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no Fórum de Contagem (Foto: Maurício Vieira/G1)

O advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, entrou na Justiça com um pedido de extensão da liberdade concedida ao goleiro Bruno para seu cliente. Segundo Wasley César de Vaconcelos, o pedido deve ser apreciado dentro de dez dias no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Entendemos que o benefício concedido ao Bruno tem que ser extendido ao Luiz, em conformidade com o artigo 580 do Código de Processo Penal, onde fala que os recursos concedidos a um réu do mesmo processo deve se estender aos demais que estejam na mesma situação processual e, portanto, ele poderá ter liberdade concedida", disse em entrevista ao G1 na noite deste sábado (25).

Soltura do goleiro Bruno
O goleiro Bruno Fernandes, condenado por matar em 2010 a ex-namorada Eliza Samudio, deixou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), em Santa Luzia, na noite desta sexta-feira (24).

O ministro Marco Aurélio, entendeu que há excesso de prazo na prisão de Bruno e que o goleiro tem direito a aguardar em liberdade. Depois de julgados o recurso, caso a condenação seja mantida, ele deve voltar para a prisão.

“A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”, diz trecho da decisão.

Presídio Pio Canedo em Pará de Minas (Foto: Reprodução/TV Integração)Macarrão passou a cumprir semiaberto no Presídio
Pio Canedo (Foto: Reprodução/TV Integração)

Transferência
Macarrão é um dos principais envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza Samudio e está preso na Penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas, desde junho de 2016, quando conseguiu  progressão para o regime semiaberto e passou a sair do presídio para trabalhar como zelador de uma igreja evangélica.

Ele estava na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, mas o complexo não aceitava o regime semiaberto, por isso a defesa do preso pediu a transferência para a cidade do interior, na ocasião.

O advogado Wasley César de Vasconcelos, disse à época ao G1, que pediu a transferência à Justiça para que o cliente pudesse ficar mais perto de parentes que moram em Pará de Minas. Atualmente Macarrão deixa a prisão durante o dia e retorna à noite.

O juiz Ronan de Oliveira Rocha afirmou, em 2016, que o preso cumpriu o tempo mínimo de pena exigido para a progressão de regime, que é de 2/5 da pena que lhe foi imposta por crime hediondo (o que corresponde a 4 anos, 9 meses e 18 dias) e 1/6 da pena comum (6 meses) desde a data-base estipulada, de 9 de setembro de 2011.

Eliza Samudio (Foto: Reprodução/TV Globo)Eliza Samudio desapareceu em 2010 e corpo
nunca foi encontrado (Foto: Reprodução/TV Globo)

Condenação
Em 23 de novembro de 2012, o amigo do goleiro Bruno foi condenado a 15 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima – e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Caso Eliza Samudio
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

 

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