• Redação Globo Rural
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soja_colheita (Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo)

O resultado pode ser atribuido às boas condições climáticas e aos investimentos em tecnologia e manejo das lavouras (Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo)

A melhora das condições climáticas possibilitou o avanço da colheita da soja em Goiás, chegando a 50% da área prevista, segundo cálculos da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-GO), que não constatou perdas por excesso de chuvas.

A entidade estima a produção goiana de soja em 10,5 milhões de toneladas, com possibilidade de revisão para cima no próximo mês, devido às as condições favoráveis em campo e os resultados já obtidos na colheita.

O consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro, prevê crescimento da produtividade média da soja em Goiás, que deve ficar acima de 53 sacas por hectare. Ele atribui o resultado às boas condições climáticas e aos investimentos em tecnologia e manejo das lavouras.

Palavro cita como exemplo a baixa incidência de pragas e doenças nesta safra, que se deve aos tratos culturais adotados pelos produtores e nos programas de fitossanidade. Ele observa que mesmo com registros de umidade alta em boa parte das lavouras, a ferrugem asiática mostrou baixa presença e severidade em Goiás.

Em relação à comercialização da soja, a entidade estima que 50% da safra que está sendo colhida já foi vendida. O ritmo é inferior ao da safra passada, pois nesta mesma época no ano passado as vendas eram estimadas entre 65% a 70%. "Muitos produtores retardaram as vendas aguardando melhores oportunidades, mas neste momento os preços estão em uma fase de baixa, incentivados pelo período de maior oferta com o avanço da colheita", explica o consultor técnico.

O presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, diz que o atraso na comercialização é reflexo “das mudanças políticas e econômicas no Brasil observadas em 2016, que movimentaram o valor do dólar no País”. Ele explica que o cenário de instabilidade e indefinição do dólar levou o produtor goiano a fechar poucos negócios antecipados.

“Ficamos em uma situação difícil no momento de tomar decisões". Agora, temos custos altos, pois compramos os insumos com dólar próximo a R$ 4 e estamos negociando soja com o dólar a R$ 3. O produtor está esperando que os preços voltem a subir para vender e conseguir diluir um pouco dos custos", diz Bartolomeu.

Milho safrinha

O plantio do milho de segunda safra também avança sobre as áreas onde a soja foi colhida. A Aprosoja-GO calcula que os produtores já semearam 65% da área estimada em 1,3 milhão de hectares. A entidade acompanha os relatórios da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que também estima a produção goiana de milho em 7,2 milhões de toneladas.

A entidade observa que os números definitivos dependerão do fim da colheita da soja e das previsões climáticas para as próximas semanas, que se encerra o plantio do milho. “A colheita mais precoce da soja amplia a expectativa de aumento da área de milho", justifica o consultor técnico Cristiano Palavro, lembrando no ano passado a falta de chuvas provocou graves perdas.