O assunto AVC (acidente vascular cerebral) ganhou notoriedade nos últimos dias. Muitas pessoas leram, opinaram e discutiram o acidente de Dona Marisa Letícia em meio à política nacional, já que uma pessoa pública foi vítima da "lesão". Vamos nos ater aqui única e exclusivamente à gravidade do AVC, segunda causa de morte e de sequelas
(paralisias e coma) nas mulheres no Brasil. A primeira causa é o infarto do
miocárdio. Em terceiro no ranking, o câncer ginecológico.
CAUSAS
As causas mais comuns que podem causar um AVC são
conhecidas: hipertensão arterial (em geral não controlada nem valorizada), tabagismo, vida sedentária, níveis elevados de colesterol, diabete, obesidade e por fim estresse emocional. Mas em quem e quando pode ocorrer? Não há dados
que nos orientem quanto a isso, mas sem dúvida estes fatores de risco presentes
numa pessoa, principalmente mulher, e não convenientemente controlados por
mais ou menos 20 anos, facilitam o desencadeamento de um infarto do miocárdio
ou de um AVC, que pode ter duas formas de se apresentar.
Para exames e treinos seguros, exija a presença de médicos e treinadores
AVC ISQUÊMICO
O
chamado AVC isquêmico (mais comum) é quando uma artéria do pescoço ou do
cérebro se obstrui por um pequeno trombo (coágulo) ou placa de gordura, provocando a total falta de irrigação de sangue no cérebro. Esse tipo de AVC causa menos mortes, mas deixa mais pessoas com sequelas, com paralisias diversas e dificuldades de deglutição e fala. O
tratamento na maioria dos casos é para o resto da vida.
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AVC HEMORRÁGICO
O AVC hemorrágico se dá quando uma artéria se rompe no lugar
onde sua capa está mais fina (suas paredes são mais fracas) ou onde exista uma
dilatação local (como se fosse uma bolha fina, conhecida como aneurisma). Ele
pode ter se originado na infância ou se formar na idade adulta, e seu
tratamento é cirúrgico com bons resultados na maioria dos casos. Seu rompimento
na maioria das vezes é súbito e nem sempre previsível. Pode ocorrer em
jovens e até em esportistas regulares.
RECOMENDAÇÕES
Como fazer então? A primeira recomendação é corrigir os fatores de risco. Tenha certeza que a
atividade física regular tem sido um dos melhores procedimentos para auxiliar nestas correções.
Quem pratica exercícios regulares acaba por evitar o tabagismo; melhora o controle do
diabete e da hipertensão arterial; permite mais fácil controle dos níveis
elevados de triglicérides; provoca elevação do colesterol bom (HDL) (infelizmente não modifica o ruim (LDL)); contorna a obesidade e melhora o bom
astral, fator espetacular para uma vida saudável.
A certeza de que pouco ou nada vá acontecer depende
basicamente desse controle, da regularidade dos bons hábitos, e sem dúvida da
herança genética de cada um, mas a medicina tem percebido que se houver plena
atenção com a saúde, o AVC pode ser evitado.
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*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
NABIL GHORAYEB
Formado em medicina pela FM de Sorocaba PUC-SP, Doutor em Cardiologia pela FMUSP , Chefe da Seção CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, Especialista por concurso em Cardiologia e Medicina do Esporte, Médico Sênior do Grupo Fleury Medicina e Saúde, Coordenador da Clínica CardioEsporte do HCor, CRM SP 15715 , Prêmio Jabuti de Literatura Ciência e Saúde. www.cardioesporte.com.br