Celebridades
Rainha de bateria, Cris Vianna fala sobre a chegada aos 40: "Incomoda mais aos outros"
Em ensaio exclusivo, a atriz fala sobre seu último ano como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, o namoro com o personal trainer Luiz Roque e diz estar amando sua fase quarentona
3 min de leituraEste é o último ano em que a musa Cris Vianna desfila como rainha de bateria da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense. Após cinco anos, ela decidiu deixar o posto para se dedicar a um projeto pessoal, ainda supersecreto. "Sou supersticiosa: só conto quando já está saindo do forno mesmo”, disse ela à Marie Claire. "O que posso adiantar é que esse novo desafio vai exigir muita dedicação e tempo."
Prestes a completar 40 anos, em 11 abril, Cris detalhou sua rotina fitness para manter o corpo em forma o ano todo - e não só para o Carnaval. Ela diz que a idade interfere, sim, no metabolismo, mas não vê isso como um problema. A atriz fala ainda sobre a objetificação da mulher negra, da polêmica em torno do enredo da escola de samba, que trata do desmatamento e da invasão às terras indígenas, e do relacionamento de quatro anos com o personal trainer Luiz Roque.
Marie Claire - O que faz para preparar o corpo para o Carnaval?
Cris Vianna - Procuro manter uma alimentação equilibrada e treinar nos horários possíveis durante todo o ano. Tenho o acompanhamento de uma nutricionista e faço direitinho a série de exercícios que o personal trainer me passa. Como minha rotina não é muito linear, dependo da agenda de trabalho para organizar minha semana. Quando sobra um tempinho, ainda faço aulas de ballet fitness, alongamento e tratamentos estéticos como drenagem linfática e Velashape [técnica que combate celulite, flacidez e reduz medidas]. Com a correria que antecede o desfile, é normal que eu perca peso. Mas procuro me cuidar apertando a agenda e indo à academia pelo menos três vezes por semana, até para que eu esteja com a musculatura em dia e não corra o risco de me machucar.
MC - Você está com quase 40 anos e continua com um corpão. Acha que é mais difícil manter a forma com o passar dos anos?
CV - Percebo que o metabolismo não é mais o mesmo, mas já me habituei com alimentação correta, por isso, não chega a ser um problema. A minha idade incomoda mais aos outros do que a mim. Estou amando essa fase.
MC - Fala-se muito sobre a objetificação do corpo da mulher negra. De alguma forma, se incomoda em ser associada a uma mulher do samba, Carnaval, a um símbolo sensual?
CV - De maneira geral, as mulheres negras não dão mais espaço para serem vistas como objeto. Quem me associa somente ao samba e ao Carnaval claramente não acompanha minha carreira e não conhece minha trajetória. Partindo desse princípio, não me incomoda. Quanto à sensualidade, ela existe em mim e em toda mulher. Cada uma a sua maneira, de forma natural, independentemente do Carnaval, que não é desculpa para a falta de respeito.
MC - A Juliana Alves, rainha de bateria da Unidos da Tijuca, criticou o culto ao corpo no Carnaval e disse que o que importa mesmo é o samba no pé. Concorda com isso?
CV - Acredito que cada um cuida da sua saúde e do seu corpo da forma que achar melhor e que lhe fizer mais feliz. Mas concordo que samba no pé é um forte aliado para o sucesso de uma rainha de bateria.
MC - Por ser seu último Carnaval como rainha de bateria, suas expectativas e ansiedade estão maiores? Como está se sentindo?
CV - Estou muito tranquila com a minha decisão. Vou sentir saudades, claro, mas acho importante este momento.
MC - O tema do enredo deste ano da escola (“Xingu, O Clamor que Vem da Floresta”) gerou uma polêmica com a bancada do agronegócio na Câmara dos Deputados (a letra falar sobre o desmatamento e a construção da hidrelétrica de Belo Monte.). O que você achou?
CV - Tenho certeza de que a Imperatriz não tem intenção de ofender ou provocar ninguém. O trabalho do nosso carnavalesco, Cahê Rodrigues, é fruto de uma extensa pesquisa sobre o tema, então, ele é quem pode explicar melhor o porquê das escolhas que foram feitas.
MC - Você namora o personal trainer Luiz Roque há quatro anos. Pensam em casar e ter filhos? É um plano próximo?
CV - Casamento é uma coisa linda, mas não acho que seja extremamente necessário para a felicidade de todo casal. Pensamos sobre casar e sonhamos com filhos, mas ainda não fazemos planos concretos sobre isso.
MC - De alguma forma, sente pressão da sociedade ou da família para se casar?
CV - Não me sinto pressionada, até porque tem várias pessoas na minha família que optaram por trabalhar e realizar outros sonhos, isso nunca foi uma questão.